Queiroga sobre saída de coordenadora do PNI: “Por mim, continuaria”
A então coordenadora, Francieli Fantinato, é uma das investigadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado
atualizado
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmou, na noite desta quarta-feira (30/6), que recebeu o pedido de Francieli Fantinato para deixar o cargo de coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
O chefe da pasta, no entanto, não informou a data da exoneração. “Naturalmente que a Franciele está fazendo um excelente trabalho. Nós vamos colocar um outra pessoa à frente, mas enquanto não tiver esse nome, Franciele vai dar o apoio necessário”, disse.
Segundo Queiroga, a decisão foi vontade da própria Franciele. “Por mim, ela continuaria”, afirmou. “Ela presta um excelente serviço, é uma funcionária pública, de carreira, que vem trabalhando muito bem no Ministério.”
Sobre o motivo da saída, o cardiologista se limitou a dizer que não “precisa justificar, nós já sabemos”.
Francieli Fantinato é investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado. A convocação foi definida após pedido do senador Otto Alencar (PSD-BA).
“A doutora Franciele Francinato fez uma nota técnica e mandou para os estados, para que parturientes pudessem tomar a segunda dose – e muitas mulheres foram a óbito –, eu queria dizer que isso é muito grave. Será que uma vida não vale a pena? De uma senhora grávida que queria dar à luz? Não vale a pena se discutir e debater porque deu a segunda dose de forma… Com imperícia, na minha opinião?”, questinou o senador na ocasião.
Em junho deste ano, ela teve a quebra do sigilo telefônico e telemático mantida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Franciele ocupa o cargo desde outubro de 2019.
Exonerações
O diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, foi exonerado do cargo na noite dessa terça-feira (29). O Ministério da Saúde confirmou a saída do funcionário ao Metrópoles. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta (30).
Sobre o assunto, Queiroga negou haver uma debandada no Ministério. “Nossa equipe faz um trabalho muito forte, de maneira diária. Temos um compromisso e vamos cumprir.”
Dias foi acusado pelo empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply e negociava a venda de 400 milhões de doses de vacina, de cobrar propina de US$ 1 por unidade, segundo revelou o jornal Folha de S.Paulo.
Dominguetti afirmou que o diretor de Logística do Ministério da Saúde teria cobrado a propina durante jantar num shopping de Brasília. O acordo, todavia, não foi fechado.
Indicado pelo ex-deputado Abelardo Lupion (DEM-PR) e pelo líder do Governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), Dias foi nomeado na gestão do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM). O diretor tem boa relação com membros do Centrão.