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Queiroga diz que abriu sindicância para investigar suspeita de propina

Pedido de dinheiro para fechar contrato teria sido realizado por Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde

atualizado

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Ministro da saúde, Marcelo Queiroga, aplica a dose da vacina contra a Covid no ministro Marcos Pontes e no Presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
1 de 1 Ministro da saúde, Marcelo Queiroga, aplica a dose da vacina contra a Covid no ministro Marcos Pontes e no Presidente da Caixa, Pedro Guimarães. - Foto: Rafaela Feliccianno/Metrópoles

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, nesta quarta-feira (30/6), que o órgão instalou sindicância para investigar suspeita de cobrança de propina na compra de vacinas contra a Covid-19. O pedido de dinheiro pela aquisição de imunizantes teria sido realizado por Roberto Ferreira Dias, que foi demitido do Departamento de Logística em edição do Diário Oficial da União desta quarta.

O caso foi revelado na terça-feira (29/6) pelo jornal Folha de S. Paulo. Segundo o veículo, Dias foi acusado pelo empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply e negociava a venda de 400 milhões de doses de vacina contra o novo coronavírus.

O servidor do Ministério da Saúde teria sugerido propina de US$ 1 por unidade do imunizante. A exoneração de Dias foi anunciada na noite de terça-feira (29/6). Nesta quarta, Queiroga afirmou que o órgão está investigando a suspeita de corrupção no ministério.

“Ele [Roberto Dias] foi exonerado ontem. Quando há algum tipo de indício ou de colocação que possa sugerir fatos gravosos, a gente tem que afastar o servidor, sem avaliar o mérito de culpabilidade. Está sendo apurado, instauramos uma sindicância e essa sindicância vai trazer soluções”, disse o titular do Ministério da Saúde.

O ministro frisou que a medida foi tomada de maneira “cautelar“. Questionado sobre a chance de haver outros nomes da pasta envolvidos no esquema, Queiroga disse que não se sabe da possibilidade. “De maneira cautelar, nós o afastamos. Não se sabe de possíveis outros servidores, o que fizemos foi o que cabia para a oportunidade”, concluiu.

Indicado pelo ex-deputado Abelardo Lupion (DEM-PR) e pelo líder do Governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), Dias foi nomeado na gestão do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM). O diretor tem boa relação com membros do Centrão.

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Propina

Ao jornal Folha de S. Paulo o vendedor Luiz Payulo Dominguetti afirmou que o diretor de Logística do Ministério da Saúde teria cobrado a propina durante jantar num shopping de Brasília. O acordo, todavia, não foi fechado.

“Ele me disse que não avançava dentro do ministério se a gente não compusesse com o grupo, que existe um grupo que só trabalhava dentro do ministério, se a gente conseguisse algo a mais tinha que majorar o valor da vacina, que a vacina teria que ter um valor diferente do que o da nossa proposta”, afirmou à Folha o representante da empresa.

Dominguetti deu mais detalhes: ​”Aí eu falei que não tinha como, não fazia, mesmo porque a vacina vinha lá de fora e que eles não faziam, não operavam daquela forma. Ele me disse: ‘Pensa direitinho, se você quiser vender vacina no ministério tem que ser dessa forma”.

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