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Ricardo Barros nega ter conhecimento sobre propina de US$ 1 por vacina

Diretor do Ministério da Saúde pediu propina de US$ 1 por dose de vacina, revelou o jornal Folha de S. Paulo

atualizado

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JP Rodrigues/ Metrópoles
Ricardo Barros
1 de 1 Ricardo Barros - Foto: JP Rodrigues/ Metrópoles

Líder do governo Bolsonaro na Câmara, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) disse, na noite desta terça-feira (29/6), desconhecer a denúncia do representante da empresa de vacinas Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, de que um diretor do Ministério da Saúde pediu propina de US$ 1 por cada dose de vacina durante tentativa de fornecer imunizantes ao governo.

O parlamentar disse que Roberto Ferreira Dias foi nomeado diretor no Ministério da Saúde em 2019, “quando não estava alinhado ao governo”. “Assim, repito, não é minha indicação. Desconheço totalmente a denúncia da Davati”, prosseguiu.

Luiz Paulo Dominguetti Pereira afirmou que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde. A informação foi revelada à repórter Constança Rezende, do jornal Folha de S.Paulo.

A proposta teria partido do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, durante um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, no dia 25 de fevereiro.

Roberto Dias foi indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Sua nomeação ocorreu em 8 de janeiro de 2019, na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM). A Folha buscou, sem sucesso, contato com Dias na noite desta terça. Ele não atendeu as ligações.

A empresa Davati buscou a pasta para negociar 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca com uma proposta feita de US$ 3,5 por cada (depois disso passou a US$ 15,5). “O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa”, disse Dominguetti.

Proposta

“Aí ele me disse que não avançava dentro do ministério se a gente não compusesse com o grupo, que existe um grupo que só trabalhava dentro do ministério, se a gente conseguisse algo a mais tinha que majorar o valor da vacina, que a vacina teria que ter um valor diferente do que a proposta que a gente estava propondo”, afirmou à Folha o representante da empresa.

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Dominguetti deu mais detalhes: ​”Eu falei que não tinha como, não fazia, mesmo porque a vacina vinha lá de fora e que eles não faziam, não operavam daquela forma. Ele me disse: ‘Pensa direitinho, se você quiser vender vacina no ministério tem que ser dessa forma”.

A Folha perguntou então qual seria essa ‘forma’. “Acrescentar 1 dólar”, respondeu. Segundo ele, US$ 1 por dose. “E, olha, foi uma coisa estranha porque não estava só eu, estavam ele [Dias] e mais dois. Era um militar do Exército e um empresário lá de Brasília”, ressaltou Dominguetti.

Questionado se teria certeza que o encontro foi com o diretor de Logística do ministério, Dominguetti respondeu: “Claro, tenho certeza. Se pegar a telemetria do meu celular, as câmeras do shopping, do restaurante, qualquer coisa, vai ver que eu estava lá com ele e era ele mesmo”.

“Ele [Dias] ainda pegou uma taça de chope e falou: ‘Vamos aos negócios’. Desse jeito. Aí eu olhei aquilo, era surreal, né, o que estava acontecendo”.

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