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Prefeitura do Rio desfaz acordo com Uber e chama parceria de “esmola”

Parceria da Uber firmada com a prefeitura em maio previa R$ 400 mil em viagens grátis para incentivar vacinação contra a Covid-19

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Pedro Paulo
1 de 1 Pedro Paulo - Foto: Reprodução

Rio de Janeiro – Chegou ao fim a parceria firmada entre a prefeitura do Rio e a Uber, que oferecia viagens grátis para vacinação contra a Covid-19. O acordo firmado em maio foi desfeito pelo secretário da Fazenda e Planejamento, Pedro Paulo Carvalho. O secretário considerou a proposta de R$ 400 mil em viagens grátis, utilizando códigos promocionais, uma “esmola”.

De acordo com ele, “a Prefeitura do Rio de Janeiro não quer e nem vai aceitar esmola da Uber”.

“O que o município quer é que a empresa pague tributos, como qualquer outro prestador de serviço; que cumpra com suas obrigações; se submeta às políticas de trânsito e transporte e seja transparente”, disse, por meio de sua assessoria.

Pedro Paulo ressalta que, no início do ano, um decreto municipal determinou a cobrança de taxa de 1,5% sobre o faturamento das empresas de transporte por aplicativo pela utilização das vias municipais.

“Lamentavelmente, a medida está sendo discutida na Justiça, o que impede o recolhimento de um tributo de alta relevância social. Com isso, apenas a Uber deixa de recolher R$ 12 milhões ao ano para os cofres municipais. Assim, considerando as quantias envolvidas, o município do Rio entende que R$ 400 mil em códigos promocionais não corresponde, nem de longe, ao que a empresa deixa de pagar em compensação aos danos causados pela utilização das vias”, avalia.

A decisão de suspender o acordo vai de encontro com a avaliação dos gestores da saúde municipal, que consideram a parceria fundamental para engajar a população no combate à pandemia.

“A importância do incentivo dessa parceria vem ao encontro da necessidade de vacinação das pessoas acamadas e com dificuldade de locomoção, mantendo a proteção para essas pessoas e suas famílias com a mesma qualidade e agilidade da assistência na imunização realizada nas nossas unidades”, comentou, à época em que o acordo foi firmado, a subsecretária de Promoção, Atenção Primária e Vigilância da SMS, Ana Luiza Caldas.

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Além do Rio, a Uber firmou parcerias com as prefeituras de Belo Horizonte, Campo Grande, Maceió, Natal e Porto Alegre e com os governos do Espírito Santo, da Paraíba e de Pernambuco.

“Queremos garantir que a mobilidade não seja mais um obstáculo para quem quer se vacinar”, justifica a diretora-geral da Uber no Brasil, Claudia Woods. “Por isso, além de apoiar os governos e prefeituras, estamos também apoiando a Central Única das Favelas (Cufa) para permitir que as pessoas mais vulneráveis tenham uma opção de mobilidade para chegar aos locais de vacinação”, completou.

A Uber também apoiou o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) na promoção de informações de qualidade sobre as vacinas e os programas de imunização para toda a comunidade de mais de 22 milhões de usuários e 1 milhão de parceiros do aplicativo. Todos receberam, por meio do app, informações e dicas produzidas pelo Conass sobre as vacinas.

O Metrópoles entrou em contato com a Uber e aguarda um posicionamento sobre o fim da parceria.

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