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Veja quem pode assumir Planalto caso Bolsonaro faça nova cirurgia

Presidente está internado no Hospital Vila Nova Star, com uma obstrução intestinal. Linha sucessória prevê quatro pessoas para assumir vaga

atualizado

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Rodrigo Zaim/Especial para o Metrópoles
Presidente Jair Bolsonaro chega ao Hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro chega ao Hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo - Foto: Rodrigo Zaim/Especial para o Metrópoles

Com a possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ser submetido a uma nova cirurgia (leia mais abaixo), o Palácio do Planalto passou a avaliar quem irá substituir o atual chefe do Executivo durante o procedimento.

A Constituição estabelece que, na ausência do presidente, o vice-presidente deverá assumir o comando do Executivo. Na hipótese de o vice também estar ausente, caberá ao presidente da Câmara dos Deputados o comando do país. Ele é seguido na linha de sucessão pelo presidente do Senado Federal e, depois, pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro, no entanto, pode escolher não abrir mão do exercício do cargo, a exemplo do que fez quando precisou retirar um cálculo na bexiga, em setembro passado.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), embarcou na tarde desta quarta-feira (14/7) para Luanda, em Angola, para participar da Cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). De acordo com a assessoria de Mourão, não há previsão de que ele retorne ao Brasil para substituir Bolsonaro. “A agenda está mantida [até 17 de julho]”, informou a Vice-Presidência na noite desta quarta.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-PL), é o próximo na linha sucessória. Há, no entanto, divergências sobre o assunto no meio jurídico, uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) fixou entendimento impedindo réus de assumir a Presidência do Brasil.

A Suprema Corte já aceitou duas denúncias contra Lira, que foram apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A defesa do deputado, contudo, recorre dessas decisões — e afirma que, enquanto os recursos não forem analisados, ele não pode ser considerado réu.

Caso Lira seja impedido de assumir o Planalto, a bola passa para Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado. Em última instância, caso Pacheco não possa por alguma razão, assume o presidente do STF, Luiz Fux.

Procurado, o Planalto afirmou que ainda não tem informação sobre quem assumirá o comando do Executivo.

Em 28 de janeiro de 2019, Bolsonaro realizou um procedimento para retirar a bolsa de colostomia, colocada após o atentado à faca, sofrido em setembro de 2018, durante a campanha eleitora, em Juiz de Fora (MG). Na ocasião, Mourão assumiu a Presidência apenas quando Bolsonaro ficou inconsciente. Ao acordar, Jair Bolsonaro passou a despachar do hospital.

Situação de Bolsonaro

Na madrugada desta quarta-feira (14/7), o presidente Jair Bolsonaro deu entrada no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, com dores abdominais. Na ocasião, ele foi internado e submetido a uma série de exames.

À tarde, a Secretaria de Comunicação da Presidência informou que o chefe do Executivo federal está com uma obstrução intestinal. O diagnóstico foi feito pelo cirurgião Antônio Luiz Macedo, responsável pelas cirurgias mais recentes relacionadas à facada.

Bolsonaro precisou ser transferido para São Paulo. Ele deixou o HFA às 16h46 desta quarta, em uma ambulância. Às 17h29, o presidente decolou de Brasília. Ele pousou no Aeroporto de Congonhas pouco antes das 19h.

Nas redes sociais, Bolsonaro agradeceu pelas orações e pelo apoio que tem recebido de autoridades e simpatizantes do governo. O presidente ainda falou em “mais um desafio” e relembrou o atentado à faca.

De acordo com especialistas, a obstrução intestinal de Bolsonaro pode ter sido causada pelas operações anteriores do presidente, o que também explicaria as crises de soluço.

Histórico de cirurgias

A primeira cirurgia de Bolsonaro foi realizada no mesmo dia em que sofreu o atentado, em 6 de setembro de 2018. Na época, o então candidato foi levado para a Santa Casa de Juiz de Fora. Ele teve lesões nos intestinos delgado e grosso e passou por uma cirurgia que durou cerca de 2 horas. O intestino foi ligado a uma bolsa de colostomia.

A segunda, em 12 de setembro do mesmo ano, considerada de emergência, foi para reparar uma obstrução no intestino. O procedimento durou cerca de 1 hora e foi considerado bem-sucedido.

O terceiro procedimento cirúrgico de Bolsonaro ocorreu em 28 de janeiro de 2019, o primeiro já como presidente da República, e serviu para retirar a bolsa de colostomia.

Inicialmente, a cirurgia estava prevista para durar 3 horas, mas devido a uma grande quantidade de aderências, ou seja, partes do intestino que ficaram coladas, a equipe médica teve de fazer um procedimento mais complexo – o que fez com que o tempo total da cirurgia fosse de 7 horas.

Foram retirados de 20 a 30 centímetros do intestino grosso de Bolsonaro na parte que ligava o intestino delgado à bolsa de colostomia.

Em 8 de setembro do ano passado, os médicos corrigiram uma hérnia que surgiu no local do abdômen do presidente. A hérnia ocorreu em razão das últimas três cirurgias. O procedimento, considerado de médio porte, durou 5 horas e foi bem-sucedido.

Em 25 de setembro do ano passado, Bolsonaro foi submetido a uma operação para retirar um cálculo renal, também conhecido como “pedra nos rins”.

Durante conversa com apoiadores, Bolsonaro brincou ao dizer que o cálculo é de “estimação” e afirmou que a pedra, “maior do que um grão de feijão”, estava em sua bexiga há mais de cinco anos.

Há duas semanas, em 3 de julho, o presidente Jair Bolsonaro foi submetido a um procedimento para realizar um implante dentário. Desde então, o chefe do Executivo federal tem se queixado de soluços constantes.

De acordo com o próprio Bolsonaro, o problema pode ter relação com medicamentos que precisou tomar em razão do implante.

Além dessas cirurgias, Bolsonaro foi submetido a uma vasectomia em 30 de janeiro do ano passado. O procedimento é utilizado por homens que não desejam mais ter filhos. O Planalto não confirmou essa operação.

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