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TCU pede à PF para abrir inquérito contra autor de relatório paralelo

Na semana passada, auditor da Corte de Contas divulgou ao presidente Jair Bolsonaro um estudo questionando número de mortes por Covid-19

atualizado

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Felipe Menezes/Metrópoles
Sede do TCU
1 de 1 Sede do TCU - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

A presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministra Ana Arraes, pediu que a Polícia Federal abra inquérito para apurar eventuais ilícitos penais praticados pelo auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques.

Arraes acolheu pedido do corregedor da Corte de Contas, ministro Bruno Dantas, que chegou a sugerir investigação sobre suposto crime de prevaricação no caso.

Marques foi afastado do cargo por 60 dias, após ser apontado como o responsável por elaborar uma análise que levou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a divulgar notícia falsa de que o TCU questionava o número de mortes por Covid-19.

Ainda na semana passada, Arraes criou uma comissão, formada por três auditores da Corte, para apurar as possíveis irregularidades cometidas pelo auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques.

De acordo com o ato de Ana Arraes, a comissão será composta pelos auditores Frederico Julio Goepfert Junior, Pedro Ricardo Apolinario de Oliveira e Márcio André Santos de Albuquerque. Este último será o presidente do grupo.

Segundo ministros do TCU, os três foram escolhidos “a dedo” por serem “linha duríssima”. Os servidores terão até 60 dias para concluir a apuração, conforme a portaria assinada pela presidente da Corte.

O auditor Alexandre Marques é servidor do TCU desde 2008. Ele tem ligação com a família Bolsonaro, é crítico do PSol e da imprensa. Em 2019, Marques chegou a ser indicado a comandar a diretoria de compliance do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas indicação foi barrada pelo próprio TCU. A corte justificou a decisão alegando conflito de interesses, já que o tribunal fiscaliza o banco.

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