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Mulheres marcaram presença em 6% das lives de Bolsonaro

Apesar da estratégia de reaproximação do eleitorado feminino, tática não se reflete nas tradicionais transmissões semanais do presidente

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Ministra da Mulher, Damares Alves, Michelle Bolsonaro e Jair Bolsonaro durante solenidade no Palácio Planalto
1 de 1 Ministra da Mulher, Damares Alves, Michelle Bolsonaro e Jair Bolsonaro durante solenidade no Palácio Planalto - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

De olho na reeleição ao Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem investido, nas últimas semanas, na estratégia de se reaproximar do eleitorado feminino. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha divulgada em junho, a rejeição do atual mandatário da República é de 61% entre as mulheres.

A tática para reverter o cenário, no entanto, não se reflete, nas tradicionais lives semanais do presidente – ao menos até o momento.

O encontro semanal de Bolsonaro tem o intuito de apresentar ao eleitorado as ações do governo federal, além de comentários sobre os mais diversos assuntos e anúncios de novas medidas. O espaço também serve para que o mandatário do país faça críticas abertas à imprensa.

Na maioria das transmissões, o presidente convida alguma autoridade do governo para falar ao seu lado.

Segundo um levantamento feito pelo Metrópoles, das 173 lives realizadas desde o início do mandato, em 2019, convidadas mulheres estiveram presentes em 12 oportunidades – o que representa 6% do total. A pesquisa não contabilizou intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) – homens e mulheres que participam de todas as transmissões –, apenas autoridades convidadas pelo presidente.

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No primeiro ano de mandato, Bolsonaro realizou 42 transmissões ao vivo, sendo que três tiveram a presença feminina. Em 2020, foram 52 lives e mulheres foram convidadas para quatro delas.

Durante todo o ano de 2021, nenhuma mulher participou das 50 lives do presidente. Em 2022, foram realizadas 29 transmissões até o momento.

No corrente ano, mulheres foram a cinco lives – quatro em março, mês da mulher, quando Bolsonaro convidou autoridades do governo do sexo feminino a participar dos encontros semanais. A estratégia foi vista como uma tentativa de aumentar a popularidade entre o eleitorado feminino.

Acusado de assédio sexual lidera presença em lives

De todas as transmissões semanais realizadas por Bolsonaro desde 2019, o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães foi o participante mais assíduo – esteve ao lado do chefe do Executivo federal em 29 oportunidades. Guimarães deixou a presidência do banco público após Rodrigo Rangel, colunista do Metrópoles, revelar que ele era alvo de acusações de assédio sexual.

Jorge Seif, ex-secretário de Aquicultura e Pesca e pré-candidato ao Senado por Santa Catarina, apareceu 21 vezes em lives presidenciais. O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, pré-candidato ao governo de São Paulo, esteve 18 vezes ao lado de Bolsonaro, e Gilson Machado, ex-ministro do Turismo e pré-candidato ao Senado por Pernambuco, fez 14 aparições.

Entre a presença feminina nas lives presidenciais, quem mais participou foi a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alvesagora escanteada por Bolsonaro na chapa que vai disputar o governo do Distrito Federal e o Senado pela capital do país. Ela esteve em três transmissões semanais.

Em seguida aparecem a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina – que era cotada para ser vice na chapa de Bolsonaro – com duas participações, e a atual presidente da Caixa, Daniella Marques, quando ainda era secretária do Ministério da Economia.

Reaproximação do eleitoral feminino

Com a proximidade das eleições de outubro, o núcleo de campanha que trabalha pela reeleição de Jair Bolsonaro ao Planalto passou a traçar estratégias mais definidas para melhorar a avaliação do atual presidente da República.

Aconselhado pelo grupo, Bolsonaro passou a investir no discurso em favor do público feminino. Para reverter o cenário de rejeição, o presidente exaltou as mulheres em diversas oportunidades em agendas realizadas nas últimas semanas.

“Pessoal fala que eu não defendo, que eu tenho uma rejeição de mulher. Não sei se é verdade ou não. Acho que a eleitora não está procurando um casamento, está procurando um presidente”, afirmou em 13 de julho.

Durante convenção do PL no domingo (24/7), que oficializou a pré-candidatura de Bolsonaro, a primeira-dama Michelle Bolsonaro participou do ato de campanha. Ao discursar, ela fez aceno às mulheres e disse que o marido é um “enviado de Deus”.

Contou ainda ter um uma doença autoimune e disse que a filha, sem citar qual, tem síndrome do pânico. Ela também defendeu o marido das críticas de que “ele não gosta de mulheres”. O discurso, segundo aliados, teve o intuito de “humanizar” Bolsonaro.

“Falam com vários rótulos que ele tem. Falam que ele não gosta de mulheres. E ele foi o presidente da história que mais sancionou leis para as mulheres, para a proteção das mulheres. [Foram] 70 leis, 70 leis de proteção para as mulheres.

Apesar da investida eleitoral, atualmente o governo Bolsonaro tem o primeiro escalão com menos mulheres se comparado ao início da gestão. No início do mandato, eram duas ministras: Damares Alves e Tereza Cristina. Em 2019, quando ainda tinha 22 ministérios, Bolsonaro chegou a dizer que cada ministra valia “por dez homens”.

Atualmente, apenas Cristiane Britto, que comanda o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, marca presença feminina no time de 22 ministros homens. Em cumprimento à legislação eleitoral, tanto Damares quanto Tereza deixaram o Executivo federal para disputar o pleito deste ano.

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