metropoles.com

Moro admite que será difícil aprovar excludente de ilicitude

Ministro da Justiça admite que “altos índices de letalidade policial” tornam a promessa de Bolsonaro um assunto tóxico no Congresso

atualizado

Compartilhar notícia

Hugo Barreto/ Metrópoles
WhatsApp-Image-2019-12-10-at-11.19.531
1 de 1 WhatsApp-Image-2019-12-10-at-11.19.531 - Foto: Hugo Barreto/ Metrópoles

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, admitiu que a resistência do Congresso a uma importante promessa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o excludente de ilicitude para forças de segurança em serviço, faz o governo reavaliar as chances de aprovação.

“A proposta de excludente de ilicitude que colocamos [no Pacote Anticrime], apesar de várias críticas e controvérsias, não é nada assim, a meu ver, muito inusitado, extraordinário. Era praticamente uma cópia de um dispositivo que existe no código penal alemão e no português”, disse Moro, durante um painel do Seminário Supremo em Ação, que discute o papel do Judiciário no diálogo entre os poderes. “Mas se fez toda uma celeuma em cima. Se compreende, porque de fato existem altos índices de letalidade policial [no Brasil], então se compreende essa controvérsia”, completou, antes de colocar em dúvida a possibilidade de o tema passar pelo Parlamento.

“O fato é que essa medida não foi aprovada e existe uma certa percepção, pelo menos nós percebemos ali no debate com os parlamentares, que em relação a esse ponto existe uma graaande [o ministro alongou a palavra, para destacá-la] resistência pra implementação. Então teria que ser muito bem avaliado se é o caso ou não de se insistir nessa medida”, afirmou.

Pacote desidratado
O ministro da Justiça mantém o discurso de que “faz parte” a desidratação de seu Pacote Anticrime durante a tramitação no Congresso, mas dá mostras de que não desistiu de ver aprovados itens que ficaram de fora, como a prisão após condenação em segunda instância e acordo entre suspeitos e investigação antes do processo judicial.

O ex-juiz comemorou a aprovação de parte do Pacote Anticrime pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado mas mostrou algum descontentamento com alguns pontos terem sido descartados. “O desejo de quem envia é de que fosse integralmente aprovado, mas tem medidas positivas“, afirmou. “Parte ficou de fora, mas isso é natural no regime democrático”, continuou ele, antes de dizer que confia na aprovação da prisão em segunda instância. “Está em Projeto de Lei e em Proposta de Emenda à Constituição, por isso aceitamos deixar de fora [do Pacote Anticrime].

Sobre a possibilidade de criminosos confessos fazerem acordos com o Ministério Público antes da judicialização, o chamado “plea bargain“, em inglês, Moro mostrou maior decepção sobre a retirada. “Minha percepção era de que havia grande possibilidade de aceitação pelos parlamentares, mas acabou ficando de fora na Comissão Especial e não conseguimos recompor no plenário”, disse. “Mas espero que consigamos colocar de novo”, afirmou ainda.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?