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CPI ouve suposto lobista da Precisa, com autorização de condução coercitiva

Marconny Ribeiro Faria possui relações estreitas com outros investigados pela comissão e com familiares do presidente Jair Bolsonaro

atualizado

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Homem de terno
1 de 1 Homem de terno - Foto: Reprodução

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 ouve, nesta quarta-feira (15/9), Marconny Ribeiro Faria, suposto lobista da Precisa Medicamentos. A empresa foi intermediária entre o laboratório indiano Bharat Biotech e o Ministério da Saúde nas negociações da vacina Covaxin.

O depoimento de Faria à CPI estava marcado para o último dia 2 de setembro, mas ele apresentou um atestado médico e não compareceu à audiência. Após contato do presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), com a direção do Sírio-Libanês, o médico que atendeu o lobista disse que anularia o atestado.

Alvo de busca e apreensão da Operação Hospedeiro, do Ministério Público Federal (MPF) do Pará, o suposto lobista entrou na mira da CPI por causa das suas relações com outros investigados, como José Ricardo Santana, ex-secretário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e também apontado como lobista da Precisa.

Santana, inclusive, estava com Dias no jantar no restaurante do Brasília Shopping em que, supostamente, houve o pedido de propina de US$ 1 por dose de vacinas que viriam a ser vendidas pela Davati Medical Supply ao Ministério da Saúde.

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Entre as mensagens, há menções a Danilo Trento, diretor da Precisa e sócio da empresa Primarcial Holding e Participações, e sobre a necessidade de “desidratar uma empresa concorrente” à de Trento. A Primarcial funciona no mesmo endereço da Primares Holding e Participações, que é outra empresa de Francisco Maximiano, sócio da Precisa.

A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou “evidências de tentativa de interferência” no processo de licitação para contratação de testes de Covid-19 com a ajuda de Roberto Ferreira Dias, para beneficiar a Precisa.

Conversas de Faria as quais a comissão teve acesso demonstram que ele teria conhecido Santana na casa da advogada do presidente Jair Bolsonaro Karina Kufa, que também se tornou alvo da CPI.

A Precisa é um dos principais alvos das investigações da CPI por suspeita de irregularidades nas negociações na compra da vacina Covaxin. Após as denúncias se tornarem públicas, o Ministério da Saúde decidiu encerrar o contrato de R$ 1,6 bilhão para a compra de 20 milhões de doses do imunizante indiano.

Entretanto, as relações de Faria não se limitam a envolvidos nas negociações irregulares do imunizante indiano.

“Zero quatro”

O lobista também teria, segundo documentos obtidos pela comissão, relação estreita com a ex-esposa de Bolsonaro Ana Cristina Valle, e com o filho “04” do presidente, Jair Renan Bolsonaro, a quem teria ajudado na criação da empresa Bolsonaro Jr Eventos e Mídia.

O material também aponta que Faria participava de eventos com a ex-esposa e o filho do presidente, como churrascos e passeios de lancha.

Condução coercitiva

Faria também recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para não depor, mas teve o pedido negado pela ministra Cármen Lúcia. A magistrada concedeu, todavia, habeas corpus garantindo o direito ao silêncio em questões que o autoincriminem.

Ademais, caso não compareça à sessão sem justificar a ausência, ele poderá ser conduzido coercitivamente à CPI. A juíza federal Pollyanna Kelly Martins Alves, da 12ª Vara Criminal, deferiu o pedido da Advocacia do Senado Federal.

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