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Bolsonaro sobre presença no 7 de Setembro: “Eu era mais um na multidão”

Presidente também afirmou que não é fácil mudar o que está “há décadas incrustado no poder” e disse não ter “superpoderes”

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), durante discurso para apoiadores na manifestação contra o STF na Avenida Paulista 2
1 de 1 O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), durante discurso para apoiadores na manifestação contra o STF na Avenida Paulista 2 - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Ao comentar os atos do 7 de Setembro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta quarta-feira (8/9), que “era mais um na multidão”. Os atos foram convocados pelo próprio presidente há mais de um mês. Ele ajudou a mobilizar segmentos do agronegócio, além de evangélicos e agentes de segurança que ainda apoiam o governo.

Bolsonaro vinha dizendo que os atos eram importantes para fazer uma fotografia do momento para o mundo. Questionado por uma apoiadora se conseguiu fazer essa “fotografia”, ele não respondeu diretamente.

“A gente vai buscar solução para o caso. Não é fácil você mudar uma coisa que está há décadas incrustada no poder. Alguns querem que eu faça assim e resolva o assunto. Ontem, eu era mais um na multidão. Nada sobe à minha cabeça, né? sei da responsabilidade e para onde o Brasil está marchando também.”

A conversa com simpatizantes ocorreu na manhã desta quarta na saída do Palácio da Alvorada e foi divulgada por um canal no YouTube simpático ao presidente. O vídeo possui cortes e edições.

O mandatário também se queixou da cobrança feita por alguns apoiadores e reclamou de não ter “superpoderes” para “levantar espada e resolver o assunto”, sem especificar a qual assunto se referia.

“Olha só, não é ‘assino embaixo’ também, não, tá? É fazer o futuro de cada um de vocês. Achar que eu tenho superpoderes para levantar espada e resolver o assunto não. ‘Ah, vai lá, faz isso, faz aquilo’. Não é assim não que a banda toca. Isso que o Brasil vive é um somatório de décadas de desmandos, apoiados por muitos de vocês de forma inconsciente.”

Bolsonaro também se queixou da cobertura feita pelo Jornal Nacional, da TV Globo, sobre os atos de terça-feira e negou que tenha havido caráter antidemocrático nas manifestações. Faixas e cartazes exibiam dizeres de teor golpista, pedindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, por exemplo.

“O cara mandou o extrato para mim da Globo, ontem à noite. O que o Bonner falou é inacreditável. ‘Atos antidemocráticos’”, comentou.

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Ataques ao STF

Durante seu discurso na terça-feira, Bolsonaro declarou que passará a não cumprir decisões proferidas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

“Juramos respeitar a nossa Constituição. O ministro específico do STF perdeu as condições mínimas de continuar dentro daquele tribunal. Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica continue paralisando a nossa nação. Não podemos aceitar. Ou esse poder [Judiciário] pode sofrer aquilo que nós não queremos. Sabemos o valor de cada poder da República”, assinalou.

O presidente também frisou que o Executivo não aceitará mais as medidas impostas por governadores e prefeitos, autorizados pelo Poder Judiciário. “Creio que o momento chegou”, enfatizou, interrompido por gritos dos apoiadores.

Economia reage

Após os atos de 7 de Setembro e do discurso antidemocrático do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante as manifestações, o dólar opera em alta nesta quarta-feira (8/9). Às 10h44, a moeda norte-americana estava a R$ 5,22 e subia a 0,88%.

O tom do discurso do mandatário do país aumentou o risco de derretimento do mercado. Com 0 resultado do dólar desta quarta-feira, a moeda americana acumulou alta de 0,12% no mês, por exemplo. No ano, há recuo de 0,22% ante o real.

Na avaliação de especialistas, a alta do dólar prejudica o país na compra de itens básicos do dia a dia do brasileiro.

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