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Bolsonaro: “Querem me julgar por corrupção? Vão se dar mal”

No interior de São Paulo, presidente disse que “lógico” que vão abrir processo contra deputado Luis Miranda, que apresentou denúncia

atualizado

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Igo Estrela/ Metrópoles
presidente jair bolsonaro durante lançamento do Programa Gigantes do Asfalto no palácio do Planalto
1 de 1 presidente jair bolsonaro durante lançamento do Programa Gigantes do Asfalto no palácio do Planalto - Foto: Igo Estrela/ Metrópoles

Em agenda em Sorocaba (SP) nesta sexta-feira (25/6), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu o governo, no caso da aquisição da vacina Covaxin contra a Covid-19. Segundo o mandatário, não houve superfaturamento no processo e aqueles que o acusarem de corrupção “vão se dar mal”.

“Olha, o contrato, pelo que me consta, não tem nada de errado. Não há superfaturamento, é mentira. Vou ver o Queiroga [Marcelo Queiroga, ministro da Saúde], pra ver qual é a opinião dele, mas não foi gasto um centavo com a Covaxin, não chegou uma ampola aqui. Vocês querem me julgar por corrupção? Vão se dar mal! Eu sou incorruptível, além de imbrochável. Vou levar porrada a vida toda e sou imbrochável.”

Na quarta-feira (23/6), o deputado Luís Miranda (DEM-DF), aliado do presidente desde a campanha de 2018, denunciou irregularidades no processo de negociações do imunizante produzido pelo laboratório indiano Bharat Biotech.

“O próprio laboratório indiano fala que o preço tá na média dos outros três países que tinham contrato com eles. Vocês querem imputar a mim um crime de corrupção, [com algo em] que não foi gasto um centavo. Porque estamos há dois anos e meio sem corrupção, porque temos órgãos que funcionam, como, por exemplo, a CGU”, prosseguiu Bolsonaro, em entrevista à imprensa nesta sexta-feira.

O presidente está no interior de São Paulo, onde participa da cerimônia de inauguração do Centro de Excelência em Tecnologia 4.0.

Compra da Covaxin

De acordo com o pronunciamento do chefe do Executivo federal, a Covaxin não foi comprada pelo governo brasileiro. O titular do Palácio do Planalto afirmou ainda que o documento apresentado pelo deputado Luis Miranda foi feito de forma equivocada e, em seguida, teria sido corrigido.

“No dia seguinte, pelo que fiquei sabendo, era um documento que tava feito de forma equivocada, faltava um zero lá, de 300 mil doses eram 3 milhões, foi corrigido no dia seguinte. Há quatro meses, eu falei com ele [Luis Miranda], no passado. Ele foi lá e falou um montão de coisa. Como recebo de uma infinidade de pessoas que eu não conheço, 99% eu não conheço… Tem algum recibo meu pra ele? Foi consumado o ato?”, questionou.

Embora o governo negue a compra da vacina Covaxin, o site do Ministério da Saúde mostra que o dinheiro para a aquisição está reservado.

A compra de 20 milhões de doses consta no calendário oficial de entregas para 2021. A vacina indiana está no cronograma desde 17 de fevereiro. Ao todo, o governo espera desembolsar R$ 1,6 bilhão com o fármaco.

O contrato de aquisição da Covaxin virou o centro de uma polêmica, após suspeitas de superfaturamento no preço proposto pela empresa fabricante. O caso também é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF).

O deputado Luis Miranda e o irmão, Luis Ricardo Fernandes Miranda, servidor do Ministério da Saúde que relatou pressões no processo de aquisição do imunizante, estão sendo ouvidos nesta sexta-feira pela CPI da Covid.

“Olha a vida pregressa desse deputado. É lógico que vai abrir inquérito”, disse o presidente, ao ser questionado se a Polícia Federal (PF) vai investigar o parlamentar.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, havia adiantado na quinta-feira (24/6) que o governo federal vai encaminhar à Polícia Federal (PF) um pedido de perícia em documentos trocados entre o Ministério da Saúde e a empresa Bharat Biotech.

Agenda em Sorocaba

Nesta sexta-feira (25/6), o presidente foi a Sorocaba para a inaugurar o Centro de Excelência em Tecnologia 4.0 e para a cerimônia de Apresentação da Tecnologia 5G para o Agro. Depois de São Paulo, o chefe do Executivo nacional segue para Chapecó, em Santa Catarina.

Acompanham o presidente na agenda em São Paulo os ministros Fábio Faria (Comunicações), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) e Tereza Cristina (Agricultura), além do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e do prefeito local, Rodrigo Manga (Republicanos).

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