metropoles.com

Randolfe Rodrigues diz que denunciará Marun no STF por ameaçar Barroso

O articulador do governo ficou insatisfeito com alterações feitas no caso do indulto natalino e falou em possível impeachment do ministro

atualizado

Compartilhar notícia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Randolfe-840×542
1 de 1 Randolfe-840×542 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciou, em nota divulgada nesta quarta-feira (14/3), que denunciará o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Carlos Marun, no Supremo Tribunal Federal (STF), por crime de responsabilidade. Randolfe acredita que Marun ameaçou o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo, ao falar sobre a possibilidade de impedimento do magistrado no caso do indulto natalino.

Nessa terça-feira (13), Marun afirmou que o governo iria recorrer das alterações feitas por Barroso no indulto de Natal – retirando a possibilidade de condenados por crimes de colarinho-branco serem beneficiados. Segundo o titular da Secretaria-Geral da Presidência, “há inconformidade em relação a algumas decisões proferidas pelo ministro [Barroso]”.

O senador Randolfe Rodrigues afirmou que a decisão de denunciar Marun é “para que o mesmo tenha a oportunidade de repetir suas ameaças, cara a cara, diante do próprio STF”. Randolfe disse ainda que o ministro da Secretaria de Governo feriu a Constituição por ir contra “o livre exercício do Poder Judiciário”.

“Não é novidade que parcela ampla dos políticos ousem transformar a delinquência individual de seus comparsas em ‘crise de Poderes’. Foi assim no afastamento liminar do senador Renan Calheiros da Presidência do Senado Federal, determinado pelo ministro Marco Aurélio, ou na suspensão cautelar da função pública do senador Aécio Neves, determinada pela Primeira Turma do STF”, criticou Randolfe Rodrigues.

O senador acredita que Marun possa ter sucesso na tentativa de impeachment de Barroso, por ser o ministro responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso, o qual recebe e analisa denúncias de afastamento. “Tal ameaça possui potencialidade real e não merece ser menosprezada: há que se delimitar, portanto, estratégias institucionais que protejam o Poder Judiciário e o Ministério Público desta operação inescrupulosa, cada vez mais frequente na cartilha política nacional”, disse.

Compartilhar notícia