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Flávio Bolsonaro diz que depósitos fracionados são de venda de imóvel

Em entrevista à TV Record, filho do presidente afirma que título de R$ 1 milhão foi usado para pagar o mesmo apartamento

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Igo Estrela/Metrópoles
Senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)
1 de 1 Senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), primogênito do presidente da República, concedeu a primeira entrevista após a divulgação de novo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que aponta movimentações financeiras atípicas nas contas bancárias do parlamentar. Anteriormente, o órgão do Ministério da Justiça havia detectado transações também consideradas suspeitas nas contas do ex-assessor Fabrício Queiroz, que atuou no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) até outubro.

Na entrevista ao programa Domingo Espetacular, da RecordTV, Flávio disse que o dinheiro dos depósitos fracionados feitos em 2017 tem origem na venda de um apartamento. Ele também afirmou que o pagamento de R$ 1 milhão de um título bancário da Caixa Econômica Federal – igualmente relatado pelo Coaf, mas sem identificação da data da transação nem do beneficiário –, se refere à compra desse mesmo imóvel.

O senador apresentou um contrato feito com a Caixa. Segundo ele, a operação, de 2017, se deu quando saiu o habite-se de uma sala comercial comprada na Barra da Tijuca (RJ). “Parei de pagar a construtora e passei a dever a Caixa, como em qualquer financiamento. E o título bancário é referente a isso”, afirmou. Depois, acabou vendendo o apartamento.

Flávio disse ter recebido parte do pagamento da venda do imóvel em dinheiro e feito os depósitos fracionados, que somam R$ 96 mil, no caixa eletrônico da Alerj por ser o local onde ele trabalhava. Segundo o parlamentar, R$ 2 mil é o limite aceito no caixa eletrônico: daí ter feito 48 depósitos nesse valor em sua própria conta bancária. Ele também afirmou que a demora no posicionamento do seu ex-assessor Fabrício Queiroz é a principal responsável por gerar desconfiança a respeito dessa negociação.

De acordo com o senador, cópias dos contratos de compra e venda do imóvel, bem como do financiamento com o banco público, serão apresentadas às autoridades tão logo o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o foro competente para ele se pronunciar, conforme pedido feito pelo senador eleito.

Tanto a denúncia do pagamento do título da CEF quanto o do segundo relatório do Coaf foram revelados na sexta-feira (18/1) e nesse sábado (19) no Jornal Nacional, da Rede Globo. Segundo o telejornal, o Coaf encontrou 48 depósitos, cada um no valor de R$ 2 mil, em apenas cinco dias nas contas bancárias de Flávio Bolsonaro. Eles teriam sido feitos entre junho e julho de 2017. Contudo, o órgão não identificou quem fez os depósitos, que totalizam R$ 96 mil.

Para o Ministério Público, o fracionamento pode indicar intenção de impedir a identificação da origem dos recursos. O JN também noticiou o pagamento de R$ 1 milhão do título bancário por Flávio à Caixa – novamente, não foi identificado o beneficiário, nem divulgada a data da operação.

Para completar, neste domingo (20), a coluna de Lauro Jardim, do O Globo, informou que o ex-assessor Fabrício Queiroz movimentou R$ 7 milhões em três anos. Até então, com base no primeiro relatório do Coaf, a notícia era de que o ex-assessor de Flávio movimentara R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

A produção do segundo relatório ocorreu a pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro, com o objetivo de esclarecer se parlamentares ficavam com parte dos salários dos servidores da Alerj em cujas contas foram identificadas movimentações atípicas. “Nunca retive salário de nenhum funcionário”, garantiu o senador durante a entrevista. Ele negou também ter mantido em seu gabinete servidores fantasmas e disse que nunca chegou a preencher todas as vagas às quais teria direito na Assembleia Legislativa do RJ.

Desgaste ao governo
A polêmica envolvendo Flávio Bolsonaro tem desgastado o governo federal. Tanto o presidente Jair Bolsonaro quanto o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, foram orientados a não tocarem no assunto nos próximos dias: eles embarcam nesta noite para Genebra, na Suíça, para participarem do Fórum Econômico Mundial.

Flávio Bolsonaro passou o domingo em São Paulo. No sábado (19), dia seguinte à divulgação dos depósitos fracionados, esteve com o pai no Palácio da Alvorada. À noite, saiu a informação do título bancário de R$ 1 milhão. Anteriormente, em entrevista ao Jornal do SBT, o parlamentar havia tentando se desvincular da movimentação financeira atípica na conta de seu ex-assessor; agora, o esforço para explicar o que foi encontrado em suas próprias contas.

O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga o caso e aguarda que tanto Queiroz quanto Flávio prestem depoimentos oficialmente.

Na quinta-feira (17), o ministro do STF Luiz Fux suspendeu a investigação a pedido do senador eleito, que terá direito a foro privilegiado quando assumir o mandato. Flávio disse ao SBT esperar que a Corte diga a qual instância ele deve se dirigir para prestar esclarecimentos. O relator da ação será o ministro Marco Aurélio Mello, que tende a manter o caso nas mãos do MP carioca. “Não pediu foro. Pedi um esclarecimento de onde me pronunciar”, afirmou, reiterando que seu sigilo bancário foi quebrado ilegalmente e, ainda, divulgado de forma irregular.

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