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Bolsonaro sobre Greenwald: “Invasão de telefone é crime e ponto final”

Porta-voz da Presidência cita frase do presidente para reforçar que Bolsonaro vê risco de o jornalista Glenn Greenwald ser preso

atualizado

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Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) ligou o jornalista Glenn Greenwald, fundador do The Intercept Brasil, ao ataque hacker a celulares de autoridades no país. Por meio do porta-voz da Presidência da República, Bolsonaro reforçou a opinião emitida no fim de semana de que o norte-americano radicado no Brasil desde 2005 poderia ser preso no país: “Invasão de telefone é crime e ponto final”, cravou.

O porta-voz, Otávio do Rêgo Barros, não soube informar nesta segunda-feira (29/07/2019) se o presidente teve acesso às investigações da Polícia Federal sobre o caso para fazer a afirmação sobre o suposto crime cometido pelo jornalista norte-americano.

Greenwald foi o responsável pela publicação de mensagens privadas entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e procuradores da Operação Lava Jato. O jornalista afirma que recebeu o material de uma fonte anônima.

Quatro pessoas já foram presas na Operação Spoofing, da PF, que investiga as invasões virtuais a autoridades. O principal suspeito, Walter Delgatti Neto, disse que foi ele quem entregou voluntariamente o conteúdo a Greenwald e que não foi pago para isso.

Ao ser questionado pela imprensa se Glenn Greenwald teria a ver com a invasão dos celulares, Rêgo Barros respondeu: “Há alguma dúvida se houve o cometimento do crime?”. Perguntado novamente sobre a situação, o porta-voz explicou que se trata de um contexto criminoso. “Vocês têm que entender o crime como um todo”, disse.

Rêgo Barros afirmou, ainda, que Bolsonaro não colocou em xeque a liberdade de imprensa ao acusar publicamente o jornalista.

O presidente considera que o ataque hacker tem a intenção de desmoralizar o governo e a pauta de combate à corrupção. “Há intenção de atingir a Lava Jato, o ministro Sergio Moro, atingir a minha pessoa, tentar desqualificar o governo”, disse Bolsonaro, por meio do porta-voz.

Declarações no fim de semana
No sábado (27/07/2019), no Rio de Janeiro, Bolsonaro indicou ainda que Greenwald poderia ser preso no Brasil. Na ocasião, o presidente foi questionado sobre uma portaria que regula a deportação de pessoas consideradas “perigosas” ou “suspeitas”. A medida, assinada por Moro, foi publicada no dia anterior, no Diário Oficial da União.

O presidente disse que o jornalista não se encaixa na portaria e, por isso, não deve deixar o país. “Talvez pegue uma cana aqui no Brasil”, afirmou.

Glenn Greenwald usou as redes sociais para responder. “Ao contrário dos desejos de Bolsonaro, ele não é (ainda) um ditador. Ele não tem o poder de ordenar pessoas presas. Ainda existem tribunais em funcionamento. Para prender alguém, tem que apresentar provas para um tribunal que eles cometeram um crime. Essa evidência não existe”, escreveu o jornalista.

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