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Hacker diz que deixou cópias das conversas de autoridades fora do país

Walter Delgatti Neto também pontuou que fica espantado com “a fragilidade do sigilo no Brasil”

atualizado

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JP Rodrigues/ Metrópoles
Hackers prestam depoimento na Polícia Federal
1 de 1 Hackers prestam depoimento na Polícia Federal - Foto: JP Rodrigues/ Metrópoles

Walter Delgatti Neto, que confessou ter invadido celulares de centenas de autoridades brasileiras, garantiu possuir uma cópia das mensagens retiradas dos aparelhos. De acordo com ele, o material está guardado em endereços fora e dentro do país. A informação está em documento assinado pela defesa do hacker, divulgado neste domingo (28/07/2019).

O texto rubricado pelos advogados Fabrício Martins Chaves Lucas e Gustavo Delgado Barros diz que as mensagens estão em posse de terceiros, no Brasil e em destinos no exterior. “Para todos os fins, registra, por pertinente, que o conjunto das informações está devidamente resguardado por fiéis depositários, nacionais e internacionais.”

O comunicado reforça ainda que Walter repassou os dados sigilosos para Glenn Greenwald, cofundador do The Intercept Brasil, de forma anônima, voluntária e gratuita.

“Recentemente, o nosso cliente, no exercício dos direitos e deveres individuais, em condições de plena e estável sanidade mental, confrontado com informações disponibilizadas por via on-line —de forma gratuita, anonimamente, não divulgadas informações de cunho pessoal, sem quaisquer fins lucrativos— optou por transferir tal material para profissional(is) de imprensa, de reconhecida competência e seriedade, para investigar e averiguar o conteúdo das mesmas”, pontuam os defensores do acusado.

A defesa do hacker ressaltou que o cliente, no momento, não está filiado a nenhum partido político. “É desinteressado em política institucional, detém plena consciência de que o Estado Democrático de Direito é conquista irreversível da sociedade brasileira e o devido processo legal plenamente assegurado a cada indivíduo.”

Apesar da alegação, Walter Delgatti Neto consta, em registro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como filiado ao DEM. Até a noite deste domingo (28/07/2019), o hacker segue na lista do DEM de Araraquara (SP), segundo o site órgão. A sigla anunciou, na última quinta-feira (25/07/2019), que o rapaz seria expulso.

Prisão

Desde o dia 23 de julho, Walter Delgatti Neto, Gustavo Santos, conhecido como “DJ Guto”, e Danilo Cristiano Marques estão na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Já Suelen de Oliveira, namorada de Gustavo, foi transferida e está em um presídio feminino. A prisão temporária dos suspeitos venceria no sábado (27/07/2019), mas foi prorrogada ao menos até terça-feira (30/07/2019) pelo juiz da 10ª Vara Federal do DF, Vallisney de Oliveira. Uma audiência de custódia agendada para esta data vai determinar se eles serão colocados em liberdade.

O Ministério Público Federal, assim como a Polícia Federal, entendeu que a prorrogação da prisão era imprescindível para que o grupo não alterasse “elementos de provas em análise e outras que dependem de cumprimento de ordem judicial já deferidas pela décima vara”. Além disso, a PF alegou a necessidade de colher “novos elementos de provas” e frisou não saber ainda “a real dimensão das invasões praticadas”.

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