A delegada Roberta Bertoldo, da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, responsável pela investigação sobre a morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, negro, morto após ser espancado na noite dessa quinta-feira (19/11) por dois seguranças em frente a um supermercado Carrefour, em Porto Alegre, disse que o crime não pode ser considerado, até o momento, como racismo.
“Até o presente momento não há nenhum indicativo de que tenha alguma conotação racista. O inquérito policial se iniciou hoje. Nós temos vários dias para apurar esse fato, de forma bem ampla, podendo, nesse período, vir à tona algo nesse sentido ou não. O racismo é um outro fato criminoso completamente diferente do que aconteceu aqui. Não tem nada a ver”, afirmou Bertoldo, em entrevista ao Metrópoles.
A confusão teria se iniciado no interior do supermercado. Os seguranças foram chamados para retirar João Alberto do interior da loja e levá-lo ao estacionamento. O cliente acabou espancado até a morte. Análises iniciais do exame de necropsia apontam para asfixia como causa mortis mais provável. A conclusão do Instituto-Geral de Perícias não é definitiva.
O corpo foi submetido a necropsia pela manhã e, após extensiva análise, foi liberado para a família. Análises iniciais apontam para asfixia como causa mortis mais provável. A conclusão não é definitiva, pois existem exames laboratoriais em andamento.
— Instituto-Geral de Perícias (@rs_igp) November 20, 2020
Os dois seguranças, identificados como Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva, foram autuados por homicídio qualificado. Um deles é policial militar temporário (cargo constitucionalmente ilegal) e o outro é segurança do Carrefour. “As circunstâncias estão sendo analisadas no sentido de apurar a responsabilidade de cada uma das pessoas do supermercado que estavam presentes no momento em que os seguranças agrediram o homem”, conta a delegada.

João Beto caído no chão após as agressõesReprodução/Redes Sociais

Ele foi espancado até a morte em uma unidade do Carrefour, em Porto AlegreReprodução/Redes Sociais

Um vídeo mostra as agressõesReprodução/Redes Sociais

Ele morreu ainda no localReprodução/Redes Sociais

João AlbertoReprodução/Redes Sociais

Cenas do espancamento de João BetoReprodução/Redes Sociais

Cenas do espancamento de João BetoReprodução/Redes Sociais

Cenas do espancamento de João BetoReprodução/Redes Sociais

Cenas do espancamento de João BetoReprodução/Redes Sociais

Um desentendimento com funcionários do Carrefour teria motivado as agressões sofridas por João Alberto. Dois seguranças foram presos em flagranteReprodução/Redes Sociais

A vítima foi atacada com vários socos e golpes, registrados em vídeos por pessoas que assistiam à cena de terrorReprodução/Redes Sociais

Cenas do espancamento de João BetoReprodução/Redes Sociais

João Alberto foi morto no dia 19/11, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, ao ser espancado por dois seguranças de uma das filiais da rede CarrefourReprodução/Redes Sociais

Dezenas de pessoas – entre amigos, familiares e militantes de movimentos negros – acompanharam o velório e o sepultamento de João Alberto Silveira FreitasReprodução/Redes Sociais

Ele foi enterrado na manhã de 21/11, no Cemitério Municipal São João, zona norte de Porto AlegreReprodução/Redes Sociais