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Partes de ônibus serão usadas para esclarecer causas de grave acidente

Segundo perito criminal, análises podem apontar condições exatas do acidentes; polícia também considera imagens da cabine do veículo

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Acidente com ônibus em Aparecida de Goiânia (GO)
1 de 1 Acidente com ônibus em Aparecida de Goiânia (GO) - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Goiânia – A Polícia Científica vai analisar partes do ônibus e do caminhão envolvidos em um acidente que vitimou fatalmente seis pessoas em um acidente na BR-153, em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital. As peças foram recolhidas pelas equipes da perícia e serão analisadas para esclarecer informações das condições do momento do acidente.

Os módulos e tacógrafos do ônibus e do caminhão, por exemplo, foram coletados e serão analisados nos próximos dias. A partir disso, informações importantes como a velocidade, fricção, frenagem e a dinâmica do acidente podem ser esclarecidas. As atenções voltam-se em especial para o ônibus.

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O acidente aconteceu na madrugada dessa sexta-feira (24/12), em um desvio realizado no km 508 da BR-153, em decorrência de uma cratera que se abriu na pista.

Além dos seis mortos, mais de 30 pessoas ficaram feridas (14 foram levadas para atendimento na rede de saúde), na colisão que envolveu um ônibus da empresa Real Expresso que saiu de São Paulo, com destino à Brasília, e outros dois veículos – um carro da concessionária Triunfo Concebra e um caminhão que estava no lado contrário da rodovia.

Dinâmica

Ao Metrópoles, o perito criminal Walker Duarte informou que a análise das partes dos veículos, em especial do ônibus, é fundamental.

“Coletamos os tacógrafos do ônibus e do caminhão, além dos vestígios que foram documentados no local do acidente. Vamos trabalhar para encontrar a dinâmica de como tudo aconteceu”, disse o perito.

Ainda segundo Duarte, o ônibus tinha câmera de segurança dentro da cabine do motorista. No entanto, ainda não é possível saber se ela estava funcionando normalmente.

“O ônibus tinha câmera, mas não dá para saber se tem áudio, por exemplo, ou se estava com funcionamento normal, tudo depende de análise. Mas com os módulos é possível levantar o que aconteceu”. completou.

Walker Duarte participou da operação no local no acidente. De acordo com ele, a ribanceira em que o ônibus caiu tem cerca de 10 metros de altura.

“O ônibus caiu tombado. O veículo ficou com a lateral esquerda para cima. As cinco vítimas fatais encontradas inicialmente estavam na parte frontal do ônibus, mas apenas o Instituto Médico Legal (IML), será capaz de dizer a causa dessas mortes. Não é porque os corpos foram encontrados na frente do ônibus, que as vítimas estavam lá durante a viagem, podem ter se deslocado com a colisão”, afirma ele.

Sem iluminação

A Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito, também investiga as condições do momento do acidente. A delegada responsável pela apuração, Adriana Fernandes, afirma que são várias possibilidade a serem analisadas.

Segundo ela, conforme apurado, o local do acidente estava em total escuridão, o que teria dificultado, inclusive, que outro veículo envolvido no caso visualizasse a aproximação do ônibus. A polícia quer saber também justamente a respeito da sinalização do desvio que foi feito no local desde que a pista sobre o Córrego Santo Antônio erodiu, no último domingo (19/12). Desde então, o tráfego de veículos pelo ponto passou a ser feito em uma única pista, para permitir a recuperação da cratera.

O condutor da viatura de trabalho da Triunfo Concebra, que administra o trecho da via, contou aos policiais que só viu o ônibus se aproximando a uns 300 metros de distância. Conforme ele, o ônibus não teria respeitado a sinalização de cones sobre o desvio na altura do km 508.

Freios

Ainda de acordo com a investigadora, uma das suspeitas é que o ônibus tenha apresentado problemas no sistema de freios. “Há suspeita de que o ônibus possa ter perdido o freio, mas tudo isso ainda será apurado”, afirmou. Perícias estão sendo feitas.

Os policiais também conversaram com o motorista do ônibus, que ficou ferido e está internado no Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa). O próprio condutor contou à polícia que não viu a sinalização do desvio e nem os cones na pista. O motorista teria pego a direção em Uberlândia e trocaria de posto com um colega em Goiânia antes do ônibus seguir viagem para Brasília.

Ao todo, foram 46 envolvidos no acidente: 6 morreram; 27 recusaram atendimento; 14 foram enviados para hospitais de Goiânia e Aparecida com quadros de saúde diferentes. Todos os mortos foram levados para o Instituto Médico Legal da cidade vizinha à capital.

Entenda

O ônibus da empresa Real Expresso, que fazia a linha de São Paulo para Brasília, caiu em uma ribanceira após colidir com a viatura de inspeção da Concessionária Triunfo Concebra e com um caminhão que seguia no sentido oposto da via.

O acidente ocorreu por volta das 2h no km 508 da BR 153, na região metropolitana de Goiânia, onde há um desvio em função de obras decorrentes de problemas estruturais na via.

A empresa responsável pelo ônibus e pela viagem disse que o acidente será investigado. “As causas do acidente serão apuradas em procedimento interno da empresa como também pelas investigações oficiais, e estamos trabalhando em conjunto com as Polícias Rodoviária e Civil para que tudo seja, o quanto antes, esclarecido”, informou a empresa Real Expresso.

A Triunfo Concebra informou que o local estava sinalizado com pontos luminosos e cones. Conforme ela, o motorista do ônibus teria avançado sobre os cones e batido contra a viatura e o caminhão que estavam no sentido contrário. A operadora do trecho da BR-153 acrescentou que vai investigar todos os pontos para esclarecer as causas.

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