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STF: relator vota pela condenação de Geddel pelo “bunker de R$ 51 mi”

O processo entrou na pauta na semana passada. Voto de Edson Fachin foi o primeiro do julgamento na 2ª Turma. Sessão foi adiada novamente

atualizado

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Valter Campanato/Agência Brasil
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1 de 1 1042401-06.09.2016_vac-5858_1-840×560 - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) recomeçou a julgar, nesta terça-feira (01/09/2019), o caso do “bunker dos R$ 51 milhões” – dinheiro vivo encontrado em um apartamento em Salvador (BA), atribuído ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) e o irmão, Lúcio Vieira Lima (MDB-BA). Os ministros decidem se os políticos baianos serão condenados pelas práticas de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O relator do caso, ministro Edson Fachin votou a favor da condenação de Geddel e Lúcio Vieira Lima. Para ele, há provas suficientes de que os dois praticaram crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. A sessão foi adiada para a próxima semana – e faltam ainda os votos de quatro magistrados.

“Os réus deram início a um grande ciclo de lavagem de dinheiro, até a localização das importâncias em espécie no apartamento em Salvador”, disse Fachin. Segundo o magistrado, foram encontradas nove malas e sete caixas cheias de dinheiro vivo no imóvel ligado ao ex-ministro.

DIVULGAÇÃO/POLÍCIA FEDERAL

Na terça-feira da semana passada, apenas as sustentações orais haviam sido feitas. De acordo com a defesa do ex-ministro, as acusações contra Geddel se baseiam em fontes anônimas, medida que “vai contra a Constituição”. Ele ainda questionou aos ministros da Corte “onde está o laudo que diz que tem as digitais [de Geddel] nas cédulas?”.

O político baiano está preso, preventivamente, desde setembro de 2017, no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. No mês passado, o ministro Edson Fachin negou um pedido de liberdade impetrado pela defesa do ex-ministro, por não ver ilegalidades na detenção.

A Procuradoria-geral da República (PGR) pediu a condenação dos políticos e a manutenção da prisão.

Acusações
Segundo a denúncia da PGR, de 2010 até 5 de setembro de 2017, a família Vieira Lima cometeu crimes de ocultação, localização, disposição, movimentação e propriedade das cifras milionárias em dinheiro vivo. Até janeiro de 2016, o dinheiro teria ficado escondido em um closet na casa de Marluce Vieira Lima, mãe dos políticos.

Ainda de acordo com a acusação, Geddel e o irmão seriam responsáveis por lavar recursos em decorrência do cometimento de crimes antecedentes. Entre eles, repasses de vantagens indevidas pelo operador financeiro Lúcio Funaro ao ex-ministro por “de atos de corrupção” na Caixa Econômica Federal.

Além disso, o recebimento de vantagem indevida paga pelo Grupo Odebrecht, e pela apropriação de percentual das remunerações pagas pela Câmara dos Deputados a secretários parlamentares.

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