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Consultor de Bolsonaro vai a julgamento por agressão à ex-mulher

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios marcou para 3 de fevereiro de 2020 audiência de instrução de Admar Gonzaga

atualizado

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TSE/Divulgação
admar gonzaga tse
1 de 1 admar gonzaga tse - Foto: TSE/Divulgação

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) marcou audiência de instrução e julgamento do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga Neto, que virou réu por lesão corporal contra Elida Souza Matos, sua antiga mulher.

A juíza Jorgina de Oliveira Silva Rosa definiu a data para o dia 3 de fevereiro de 2020, às 14h, conforme decisão publicada no site do TJDFT. A denúncia contra Admar Gonzaga, que hoje atua como conselheiro do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na crise com o PSL, foi encaminhada à Justiça em 21 de junho deste ano. Na defesa, o ex-ministro pediu absolvição sumária, o que não foi atendido.

“Observo, outrossim, que a inicial acusatória expôs o fato criminoso e suas circunstâncias de forma satisfatória, qualificou o réu e indicou as provas testemunhais pretendidas, permitindo, dessa forma, ampla possibilidade ao acusado de exercício do contraditório e da ampla defesa”, justificou a magistrada.

Entenda
O caso foi noticiado com exclusividade pelo Metrópoles em 23 de junho de 2017. No mesmo mês, Elida compareceu à 1ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal para fazer boletim de ocorrência. Na ocasião, contou aos policiais ter sido agredida pelo ex-ministro, fato que deixou a vítima com ferimento no olho. O ataque teria ocorrido durante uma discussão na residência do casal, no Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul.

Em novembro do mesmo ano, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou Admar Gonzaga ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de lesão corporal. Na época, por ser ministro do TSE e ter foro privilegiado, o caso corria na Corte.

Em 13 de fevereiro, porém, Dodge solicitou à Suprema Corte que enviasse a denúncia de lesão corporal em decorrência de violência doméstica para a primeira instância.

O pedido da ex-PGR para que o processo fosse encaminhado ao TJDFT teve base em decisão do STF de maio de 2018, segundo a qual “o foro por prerrogativa de função se aplica apenas a crimes cometidos no exercício do cargo e em razão das funções a ele relacionadas”.

A reportagem tenta contato com a defesa de Admar Gonzaga.

Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.

Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.

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