Goiânia – O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) determinou nessa segunda-feira (25/10) a manutenção da prisão preventiva do ginecologista e obstetra Nicodemos Junior Estanislau Morais, de 51 anos, acusado de abusar sexualmente de pacientes durante exames e consultas.
Para o juiz Marcos Boechat, a soltura do médico representa um risco para as vítimas, que poderiam ser intimidadas, de forma velada ou até pelas redes sociais. O suspeito seguia nas redes sociais as mulheres, que ele teria abusado, e enviava mensagens de conteúdo sexual, segundo o processo.

Ginecologista Nicodemos em entrevista para a TV Globo, antes de ser preso novamenteTV Anhanguera

Polícia Civil cumpre mandado de prisão de ginecologista em Anápolis

Ele deve ser transferido para o Complexo Prisional de Aparecida de GoiâniaVinícius Schmidt/Metrópoles

Justiça manteve a prisão do médico Nicodemos Júnior Estanislau MoraisVinícius Schmidt/Metrópoles

Momento da segunda prisão do ginecologista na sexta-feira (8/10), em casa, em AnápolisPCGO

Ginecologista suspeito de crimes sexuais se defendeu em entrevista para a TV AnhangueraTV Anhanguera

Ginecologista suspeito de abusos em entrevista para uma rádio de Anápolis (GO) em 2019Reprodução/ Facebook

Médico chegou a ser condenado por abuso de 2018PCGO

Polícia Civil ouviu cerca de 50 vítimas de ginecologista suspeito de violação sexualArquivo pessoal

Ginecologista Nicodemos é suspeito de violação sexual mediante fraudePCGO
Abadiânia
Essa decisão é do Fórum de Abadiânia, a 90 km de Goiânia, onde está um dos processos contra o médico, relacionado a quatro denúncias de abuso sexual mediante fraude. Um outro processo com dezenas de vítimas tramita na cidade de Anápolis. No total, 54 mulheres denunciaram o profissional.
“As vítimas nutriam confiança em relação ao acusado, o que, ao que os fatos indicam até o momento, aproveitava-se disso para simular atendimento ginecológico com a intenção escusa de praticar abusos sexuais”, descreve o juiz Marcos Boechat na decisão deste 25/10.
Condenação anterior
O magistrado cita em sua justificativa pela prisão, a condenação em primeira instância contra Nicodemos, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), por importunação sexual. A sentença é de dezembro de 2020 e o crime teria ocorrido em 2018.
Segundo a vítima, o profissional colocou o dedo em suas partes íntimas, encostando nela por trás, durante um exame, em 2018, em uma clínica de Samambaia (DF).
“O Estado-Juiz não pode fechar os olhos para esta realidade arraigada historicamente na sociedade brasileira há séculos, sob pena de se admitir como aceitável ou tolerável condutas abusivas e violentas de homens contra as mulheres baseada no gênero, como se aqueles fossem superiores a estas”, defende o juiz na decisão.
Veja o momento da prisão em 8/10:
Prisões
Nicodemos foi preso pela primeira vez em 27/9, suspeito de abusar de três pacientes de Anápolis que o denunciaram entre 2020 e 2021. Depois dessa prisão, dezenas de mulheres procuraram a Delegacia da Mulher para denunciá-lo.
Já no dia 4/10, o ginecologista foi solto por decisão judicial do Fórum de Anápolis. Ele acabou preso novamente em 8/10, por decisão do Fórum de Abadiânia, onde quatro vítimas denunciaram que foram vítimas do profissional em uma clínica da cidade.
Uma pessoa do Paraná chegou a denunciá-lo antes das prisões, mas o caso foi arquivado. O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) interditou temporariamente o profissional, que está proibido de exercer a medicina em todo o país.
O profissional foi indiciado pela Polícia Civil por crimes sexuais e denunciado pelo Ministério Público por estupro de vulnerável.