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GO: 52 pessoas pegaram Covid em abrigo onde morava 1º morto da Ômicron

Dos 52 infectados pela Covid-19 na instituição de Aparecida de Goiânia, apenas dois precisaram de internação e um deles morreu

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
hospital municipal de aparecida de goiânia, onde morreu a primeira vítima da variante ômicron no brasil
1 de 1 hospital municipal de aparecida de goiânia, onde morreu a primeira vítima da variante ômicron no brasil - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Goiânia – O novo coronavírus contaminou um total de 52 pessoas no abrigo de idosos onde morava a primeira vítima fatal da variante Ômicron no Brasil. A instituição, localizada em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital goiana, reportou os casos à Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Até o momento, a identidade da vítima e o nome do estabelecimento não foram revelados.

Embora tenha sido divulgado apenas na quinta-feira (6/1), o primeiro óbito por Ômicron no país ocorreu no dia 27 de dezembro de 2021. A vítima era um idoso de 68 anos, com comorbidades, como doença pulmonar obstrutiva crônica e hipertensão. Por ser institucionalizado e viver em abrigo, ele entrou no primeiro grupo de vacinação do Plano Nacional de Imunização (PNI) e já tinha tomado a terceira dose da vacina.

De acordo com informações da SMS de Aparecida, as duas primeiras doses foram de Coronavac e a terceira, aplicada no dia 1º de setembro de 2021, foi de Pfizer. A família dele também está sendo acompanhada pelos técnicos da prefeitura. Até o momento, todos estão saudáveis, sem apresentar sintomas ou suspeita da doença, conforme divulgou o município.

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Explosão de casos

Por meio de nota, a SMS de Aparecida comunicou ao Metrópoles que, no dia 22 de dezembro, a direção da instituição de longa permanência onde idoso morava entrou em contato com a pasta para informar que diversos residentes apresentavam sintomas gripais.

Os profissionais de saúde do abrigo foram orientados pela Equipe da Vigilância Epidemiológica Municipal a realizar testes de antígeno nos internos para detecção de Sars-CoV-2. A estratégia adotada confirmou surto de Covid-19 na instituição. Os diagnosticados com a doença foram isolados.

Durante a investigação epidemiológica, a secretaria identificou que o primeiro interno a apresentar sintomas era contatante de um caso confirmado de Ômicron. Até então, o município não havia detectado a transmissão comunitária da cepa, com apenas 22 casos da variante confirmados na cidade.

Ao todo, 52 pessoas foram diagnosticadas com Covid-19 no abrigo e cinco amostras foram sequenciadas. Todas estas confirmaram contaminação pela Ômicron. Dois moradores precisaram de internação e um deles foi a óbito. Todos os outros 50 casos já receberam alta.

Contatante da Ômicron

Em entrevista ao Metrópoles, o secretário de Saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães, disse que, entre os cinco casos sequenciados, dois referem-se a idosas que já haviam sido diagnosticadas com a variante Ômicron, durante o trabalho de sequenciamento genômico feito pela prefeitura. As duas senhoras estão bem e já vinham sendo acompanhadas pelos profissionais de saúde. Acredita-se que o idoso que faleceu tenha sido infectado com a doença após ter contato com as duas mulheres.

“Nós acreditamos que algum visitante ou algum trabalhador, diante do contexto de transmissão comunitária da variante na cidade, pode ter levado o vírus lá para dentro. Surtos em abrigo ocorrem porque alguém de fora leva o vírus”, aponta Alessandro.

Evolução rápida

O idoso infectado pela variante Ômicron apresentou os primeiros sintomas da Covid no dia 20 de dezembro, como tosse, dispneia, desconforto respiratório e saturação abaixo de 95%. No dia 24 de dezembro, ele deu entrada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Aparecida, já em situação agravada.

“Foram quase 48h para estabilizá-lo e ter condições de transporte para levá-lo para o hospital municipal”, contou o secretário.

A transferência ocorreu em 26 de dezembro e, menos de 24h depois, à 1h31 do dia 27 daquele mês, ele morreu em decorrência de um choque séptico ocasionado pela Covid-19.

“Como ele já tinha histórico de contato com pessoas (as duas idosas moradoras do mesmo abrigo) que a gente já havia sequenciado e confirmado que era Ômicron, sequenciamos a amostra dele também”, relata o secretário de Saúde. O resultado positivo para a variante saiu na quinta-feira (6/1).

Variante chegou à cidade após evento religioso

A chegada da Ômicron ao município, conforme a investigação epidemiológica feita pela prefeitura de Aparecida de Goiânia, ocorreu após um evento religioso no qual estavam presentes duas pessoas que tinham acabado de chegar da África.

Com a identificação de casos de Covid entre os presentes, nos dias seguintes ao evento, a vigilância local conseguiu mapear todos aqueles que tiveram contato com essas duas pessoas. Em seguida, identificou-se um avanço da doença entre os integrantes desse grupo e verificou-se, por meio de sequenciamento em laboratório, que se tratava da variante Ômicron.

Transmissão acelerada

Até então, 55 casos da variante já foram confirmados na cidade. No início de dezembro, a cepa representava 15% das amostras analisadas no laboratório vinculado à prefeitura. Nesta última semana, a Ômicron foi identificada em 93% dos resultados.

O quadro de transmissão comunitária foi constatado pela SMS ainda em dezembro, dias depois das primeiras confirmações. No decorrer dos sequenciamentos, segundo Alessandro, eles chegaram a duas pessoas com variante Ômicron que já não tinham histórico de contato com as pessoas que estavam no tal evento.

“Não conseguimos mais rastrear a origem, a partir de então”, revela ele. A variante alastrou-se. “Percebemos que ela transmite muito rápido. Nós projetávamos a prevalência dela para a segunda quinzena de janeiro, mas ela já ocorreu na primeira semana deste mês”, expõe o secretário.

Alessandro acredita que a chegada da variante, somada ao período de festas e aglomerações do fim de ano, acelerou o ritmo de transmissão da Covid em Aparecida de Goiânia. “No dia 22 de dezembro, o índice de positividade entre os testados na cidade estava em torno de 5%. Hoje, a média móvel está em torno de 17%”, revela.

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