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Fora do governo, Moro encara resistência de advogados para seguir carreira

Advogados do alto escalão e intelectuais do Judiciário são contrários a carreira do ex-juiz, por ter “tentado contra todas as prerrogativas

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Ex-juiz Sergio Moro
1 de 1 Ex-juiz Sergio Moro - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Advogados do alto escalão jurídico brasileiro têm discutido internamente a validação da carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ao ex-juiz Sergio Moro, que estuda seguir na carreira da advogacia após pedido de demissão da chefia do Ministério da Justiça. Para o grupo, nomeado “Prerrogativas”, o ex-ministro “atentou contra todas as prerrogativas do advogado” durante o magistrado e, por isso, deve ser analisado o merecimento do exercício da profissão.

“Existe uma discussão, que é absolutamente necessária, sobre a possibilidade de um cidadão que atentou contra todas as prerrogativas do advogado sair agora, depois de instrumentalizar o Poder Judiciário e tentar instrumentalizar a Polícia Federal enquanto ministro da Justiça, e, agora, ter a insensatez de vir para a advocacia, a advocacia que ele desprezou solenemente todas as prerrogativas dos advogados enquanto foi juiz”, disse Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, integrante do grupo.

Para o advogado, a discussão não é sobre a posse da carteira da Ordem, somente, mas sim a permissão da carteira a Moro, devido a “ataques” contra a classe enquanto operador da Lava Jato, entre outros casos na magistratura.

“Eu mesmo acho que deveria dar a ele a carteira. Sou, em princípio, contrário a esse tipo de posicionamento. Acho que ele foi um juiz medíocre, é um homem completamente despreparado intelectualmente e penso que, talvez, seja necessário dar a ele a chance de ter a dignidade de ver como é a carreira do advogado. Porque ele – e eu entendo as pessoas que criticam – ele era uma pessoa mutuamente ditadora das relações dos advogados. Um homem desrespeitoso, um juiz completamente autoritário”, argumentou.

Debate

“Se você for analisar por esse peso, ele deveria ter a coragem de não pedir pra ser advogado, uma carreira que ele maltratou tanto, desprezou tanto”, continuou. Além de Kakay, outros advogados do alto escalão aderem à discussão, como Alberto Toron, defensor da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG). Além deles, intelectuais do Judiciário e professores de direito também participam do debate.

Ainda, Kakay acusa Moro de ter agido com parcialidade no julgamento da Operação Lava Jato, que prendeu políticos envolvidos na trama, como o ex-presidente Lula (PT).

“Ele não tinha nenhum diálogo, como deve ter a disparidade da advocacia com o Ministério Público. Então ele foi um homem que coordenou a força-tarefa, e esse é um fato que tem que ser investigado, ele era ligado ao Ministério Público, ele coordenava o Ministério Público contra a advocacia. Merece ser advogado uma pessoa que durante o tempo que teve poder como juiz desprezou todas as prerrogativas? Essa é a discussão”, finalizou, Kakay.

Opções

Desde que deixou o governo no final de abril, Moro tem buscado outras formas de exercer carreira no direito, como lecionar aulas no Brasil e exterior. Na capital, o ex-ministro chegou a receber um convite para integrar o grupo de professores do Centro de Ensino Superior (UniCeub). 

Fontes próximas ao ex-juiz afirmam que, atualmente, Moro estuda carreira na advocacia, com filiais em diferentes estados do país.

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