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Famílias denunciam que alimentos não são entregues a presos em Goiás

De acordo com familiares dos detentos, a “cobal” não é suficiente e reeducandos estão em condições indignas

atualizado

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Divulgação/Polícia Penal de Goiás
alimentos
1 de 1 alimentos - Foto: Divulgação/Polícia Penal de Goiás

Familiares que estavam na porta do Complexo Prisional, em Aparecida de Goiânia, na manhã deste sábado (20/2), denunciaram que os alimentos enviados pelas famílias, bem como os materiais de higiene pessoal (cobal), não são entregues devidamente aos detentos. A entrega dos alimentos é realizada quinzenalmente.

Na noite desta sexta-feira (19), após o controle do motim na Penitenciária Odenir Guimarães, localizada no Complexo, a Polícia Penal de Goiás divulgou imagens das apreensões feitas nas celas, entre elas, fotos de comidas que teriam sido fornecidas pelo Governo de Goiás e descartadas pelos detentos.

Segundos os familiares, os alimentos apreendidos foram entregues pelas famílias e não pelo Governo. “2 kg de bolacha sem recheio e 1 kg de biscoito de polvilho (peta), aquilo lá quem comprou foi a família. O governo dá marmita azeda e pão murcho de manhã”, disse uma familiar que preferiu não se identificar.

Ao Metrópoles, a assessoria de Imprensa da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária de Goiás (DGAP) informou que houve um equívoco em relação as fotos e a informação divulgada. Os alimentos que aparecem nas imagens não foram fornecidos pelo Estado, por isso, as imagens foram retiradas do ar e notícia atualizada.

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Live

Durante o motim na tarde de ontem (19/2) na Penitenciária Odenir Guimarães, um dos presos fez um live no Facebook. Na transmissão, os presos criticam a alimentação recebida.

“Isso aqui aconteceu por causa do diretor, ele quer oprimir ‘nóis’, ‘tamo’ dando a resposta. Quis dar sabão pra gente comer. Tão dando tiro de verdade em nós. Também temos família. Cadê os direitos humanos? Só passam pano para estuprador, que como o filho dos outros. Estamos reivindicando os nossos direitos”, afirma um dos presos no vídeo.

“Nossa cobal chegou quarta-feira (18/2), diretor veio dar sabão pra ‘nóis’ comer. ‘Tamo’ sem banho de sol, nós ‘quer’ só o direito, comida digna, banho de sol, sabonete, pasta de dente”, diz outro detento.

Veja o vídeo:

A transmissão ao vivo de dentro do presídio chegou a ter quase 10 mil pessoas e foi derrubada pela plataforma quando o vídeo tinha quase uma hora.

Ainda na noite de sexta, o preso responsável pela live fez um novo vídeo pedindo desculpas.

Controle

Segundo o Superintendente Penitenciário de Goiás, Jonathan Marques, o motim no Complexo Prisional, em Aparecida de Goiânia, foi controlado por volta das 15h30, desta sexta (19/2). De acordo com ele, não houve mortes no local e três presos ficaram feridos. Também não foram registradas transferências externas dos reeducandos.

De acordo com Marques, para controlar o tumulto foram usadas armas não letais.

Duplo homicídio

O motim ocorreu após o assassinato do vigilante penitenciário temporário Elias de Souza Silva, de 38 anos, e da mulher dele, nas proximidades do Complexo Prisional na quinta-feira (18/2). O casal foi morto a tiros, quando o servidor saía de um plantão de 24 horas.

Segundo investigação das Polícias Civil e Militar de Goiás, o crime pode ter sido encomendado, mas não há indícios de que esteja relacionado a facções.

Dois suspeitos envolvidos na morte do vigilante foram mortos em confronto, um homem foi presos e outras pessoas continuam foragidas.

 

 

 

 

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