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EUA incluem suposta rede da Al-Qaeda no Brasil em lista de terrorismo

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos incluiu moradores do Brasil em lista de possíveis financiadores do terrorismo

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Embaixada dos Estados Unidos
1 de 1 Embaixada dos Estados Unidos - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos incluiu estrangeiros que vivem no Brasil e empresas abertas em território brasileiro em uma lista de alvos de sanções econômicas para combater o terrorismo. Duas empresas sediadas em São Paulo e três estrangeiros que chegaram ao Brasil entre 2015 e 2018 foram incluídos na lista. Eles são acusados pelos Estados Unidos de fazer parte do esquema de financiamento da rede terrorista Al-Qaeda. A organização assumiu o autoria da série de atentados a alvos nos EUA em setembro de 2001, que deixaram 2.977 mortos. O fundador e mais conhecido líder dos terroristas, o saudita Osama bin Laden, foi morto no Paquistão por militares americanos em maio de 2011.

Segundo a Embaixada dos EUA no Brasil, os incluídos na lista de sanções são Haytham Ahmad Shukri Ahmad Al-Maghrabi (Al-Maghrabi), de 35 anos, egípcio naturalizado brasileiro; Mohamed Sherif Mohamed Awadd, 48 anos, de nacionalidade egípcia e síria; e Ahmad Al-Khatib, 52 anos, de nacionalidade egípcia e libanesa

Al-Maghrabi teria chegado ao Brasil em 2015 e se colocado como um dos primeiros membros da rede terrorista no país. Ele teria tido contato com o terrorista egípcio Ahmed Mohamed Hamed Ali, acusado de estar ligado a atentados da Al-Qaeda contra as embaixadas americanas na Tanzânia e no Quênia, em 1998, que causaram mais de 200 mortes.

Mohamed Awadd, teria chegado em 2018 ao país e, segundo os norte-americanos, “desempenhou um papel significativo em um grupo afiliado à Al-Qaeda, sediado no Brasil, e estava envolvido na impressão de moeda falsa”.

Ahmad Al-Khatib é o único acionista de uma das empresas incluídas na lista, a Enterprise Comércio de Móveis e Intermediação de Negócios Eireli, uma empresa do ramo de móveis.

Também foi alvo a empresa Home Elegance Comércio de Móveis, cujo nome fantasia é Marrocos Móveis e Colchões.

Ameaça para os EUA

“Desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, perpetrados pela Al-Qaeda, a rede e suas afiliadas regionais continuam a representar uma ameaça para os EUA e alvos em todo o mundo. Embora a Al-Qaeda e suas afiliadas regionais gerem seus financiamentos a partir de campanhas individuais de arrecadações de fundos nos países do Golfo e apoiadores em todo o mundo, eles também continuam a buscar fundos e outros recursos de apoiadores sediados nos EUA”, diz comunicado do governo norte-americano.

“Como a rede terrorista gera quase toda sua receita fora dos EUA, o governo norte-americano tem utilizado intensamente ferramentas financeiras para limitar os fluxos de financiamento da Al-Qaeda em todo o mundo. Isso inclui a designação de cerca de 300 indivíduos afiliados à Al-Qaeda e outras organizações terroristas no Afeganistão, Paquistão, Golfo, África e outras regiões”, informa ainda o texto.

Pelas sanções impostas, essas pessoas e empresas terão bens e contas nos EUA congelados e não poderão fazer negócios com norte-americanos. Pelas regras, bens e propriedades dos citados “que estejam nos EUA ou na posse ou controle de indivíduos norte-americanos, devem ser bloqueadas e reportadas à Agência de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês)”.

Citados negam atividades ilegais

Os alvos de sanções dos EUA no Brasil falaram com o jornal Folha de S.Paulo e negaram fazer parte do grupo terrorista Al-Qaeda. Al-Maghrabi afirmou não conhecer o terrorista egípcio Ali. “Não conheço, nunca ouvi esse nome”, disse.

Ahmad Al-Khatib, que está no Brasil há 32 anos, preside uma ONG de acolhimento a sírios e foi investigado (mas não foi indiciado) na Operação Hashtag, em 2016, que apurou um suposto plano para fazer um atentado nas Olimpíadas no Rio, também negou envolvimento com terroristas. “Não tenho nada a ver com a Al-Qaeda, nem existe Al-Qaeda no Brasil. Esse pessoal dos EUA tem imaginação hollywoodiana”, disse ele ao jornal.

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