Rio de Janeiro – O Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro pediu a cassação do mandato do vereador Gabriel Monteiro (PL) nesta terça-feira (2/8). O vereador é acusado de infração ética e quebra de decoro parlamentar após as diversas denúncias de estupro, exposição de crianças e crime sexual devido a divulgação de um vídeo íntimo com uma adolescente de 15 anos.

Conselho de Ética da Câmara de reúne pra decidir as ações a serem investigadas no caso Gabriel MonteiroAline Massuca/Metrópoles

Ex-assessor de vereador morreu em acidente de carroAline Massuca/Metrópoles

Gabriel Monteiro é visto no plenário da Câmara de Vereadores do Rio após o Conselho de Ética da Câmara Aline Massuca/ Metropoles

O vereador é ex-PM e youtuber Reprodução/Redes sociais

Monteiro pode perder o mandatoAline Massuca/Metrópoles

Ele foi acusado e denunciado por diversos crimes envolvendo agressão, violência sexual e exposição de menor de idadeAline Massuca/Metrópoles

A operação da Polícia Civil apreendeu 8 armas, 23 computadores e 17 celulares. A lista de 123 itens inclui um carro e até um cofre na casa de MonteiroReprodução/ Redes Sociais

Vereador Gabriel Monteiro fala com morador de rua que teria sido orientado por seu assessor a praticar furtoReprodução de vídeo

Gabriel Monteiro negou as acusações nas redes sociais Reprodução/Redes sociais

Gabriel Monteiro é alvo de operação por vídeo íntimo com adolescenteAline Massuca/Metrópoles

Registro no TSE da candidatura a deputado federal de Gabriel Monteiro, hoje vereador no RioReprodução - TSE
No próximo dia 16 de agosto, 50 vereadores irão participar de uma votação aberta para decidir pela cassação ou absolvição de Gabriel Monteiro. Entenda o processo contra o vereador:
Acusações contra Monteiro
O vereador, Youtuber e ex-PM foi denunciado por diversos crimes desde o início do ano. Mesmo após as acusações, ele anunciou sua pré candidatura como deputado federal pelo PL com o slogan “agora o Brasil vai ver o que é fiscalizar”.
Ex-assessores o acusaram de assédio sexual, moral e tentativa de estupro. Gabriel Monteiro também é acusado de intimidações, agressões e de cometer crimes contra menores de idade.
Na leitura do relatório final do processo ético-disciplinar, o vereador Chico Alencar (PSol) cita as acusações e diz que são “atos deploráveis e inteiramente incompatíveis com o decoro que se espera de um vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro”.
A lista é formada por sete acusações:
1 – Filmagem e armazenamento de vídeo em que o mesmo pratica sexo com adolescente de 15 anos de idade, tendo sido provado que detinha inequívoca ciência quanto à idade da vítima – fato que configura, em tese, o crime sexual previsto no art. 240, caput, do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente);
2 – Exposição vexatória de crianças, por meio da divulgação de vídeos manipulados em situação de vulnerabilidade para fins de enriquecimento e promoção pessoal;
3 – Exposição vexatória, abuso e violência física contra pessoa em situação de rua, por meio de pseudo experimento social com a finalidade de enriquecimento e promoção pessoal;
4 – Assédio moral e sexual contra assessores do mandato;
5 – Perseguição a vereadores com a finalidade de retaliação ou promoção pessoal;
6 – Utilização de servidores de seu gabinete parlamentar para a atuação em sua empresa privada – fato que constitui, em tese, o crime de peculato previsto no art.312 do CP;
7 – denúncias contundentes de estupro por 4 mulheres que relatam o mesmo modus operandi.
“Exercício de mandato público é respeito à dignidade, sobretudo dos mais vulneráveis, e não postura de manipulação, arrogância e mandonismo. Ter poder não é abusar dele, nem vestir manto para abrigar desmandos”, diz outra parte do relatório.
O relatório foi publicado em edição extra do Diário Oficial da Câmara Municipal nesta terça-feira e cita “prática de condutas gravíssimas, incompatíveis com a ética e o decoro parlamentar, recomenda a aplicação da pena de perda de mandato”.
Próximos passos
A partir da leitura do relatório e do pedido de cassação, Monteiro tem até cinco dias úteis para apresentar suas alegações finais. Passado esse período, o Conselho de Ética volta a se reunir, em até cinco dias úteis, para votar o relatório. A deliberação do Conselho é tomada com voto da maioria absoluta de seus integrantes, ou quatro votos.
Veja as próximas etapas:
– Finalizando a tramitação no Conselho, com parecer favorável à representação, o processo é encaminhado à mesa diretora e incluído na ordem do dia;
– A punição é deliberada em votação aberta no plenário, com direito a fala dos parlamentares e da defesa durante a sessão, decidida por dois terços dos vereadores;
– A cassação ou absolvição será definida com 34 votos de um total de 50 vereadores da casa
O Metrópoles procurou a defesa de Gabriel Monteiro que optou por se pronunciar apenas após análise do relatório.