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Conheça a exposição que irritou a Bancada da Bala na Câmara

Mostra “(Re)existir no Brasil: Trajetórias Negras Brasileiras”, que teve cartaz vandalizado por deputado, fica em cartaz até 18 de dezembro

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Exposição vandalizada na Câmara
1 de 1 Exposição vandalizada na Câmara - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Além de sede do Poder Legislativo federal, o Congresso Nacional é uma imensa galeria de arte que exibe em seus salões e corredores obras de alguns dos maiores artistas brasileiros, como Marianne Peretti, Di Cavalcanti, Athos Bulcão, Alfredo Volpi e Ceschiatti. A maioria das obras está exposta em locais de livre acesso e as casas legislativas oferecem até mesmo visitas guiadas gratuitas pelos prédios.

Além das obras expostas permanentemente, Senado e Câmara organizam mostras temporárias. E foi uma delas, em homenagem ao Dia da Consciência Negra, que enfureceu integrantes da Bancada da Bala no Congresso, chegando ao ponto de um parlamentar do PSL vandalizar uma tela por não concordar com seu conteúdo.

O vandalismo, praticado pelo deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), teve como ponto positivo dar mais visibilidade para a exposição “(Re)existir no Brasil: Trajetórias Negras Brasileiras”. Inaugurada no último dia 19 de novembro, a mostra fica em cartaz até o próximo dia 18 de dezembro e, assim como todo o prédio, tem entrada liberada para qualquer cidadão, apesar de filas e uma burocracia chata nos acessos ao prédio.

A mostra está montada em um dos corredores mais movimentados da Câmara, que liga o prédio principal ao Anexo IV, passando por baixo do Eixo Monumental. O local é passagem obrigatória para quase todos os deputados, pois é o caminho entre o plenário da Câmara e as salas onde funcionam as comissões, como a de Constituição e Justiça.

As paredes desse corredor são sempre ocupadas por mostras temporárias. Antes da que está em cartaz agora, havia uma exposição sobre migrações pelo mundo, feita em pareceria com a Organização das Nações Unidas (ONU).

A exposição que irritou a Bancada da Bala foi sugerida ao setor responsável da Câmara por deputados da bancada de parlamentares negros. Não é a primeira vez que que o Dia da Consciência Negra é tema de uma exposição no local, mas nunca houve tamanha polêmica antes por causa de obras expostas na Casa.

Veja imagens da mostra:

 

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Roteiro
A exposição é formada por dois eixos. O primeiro apresenta a trajetória de pessoas negras que se destacaram na história do país, passando por escritoras como Conceição Evaristo e Carolina Maria de Jesus, passando pelas damas do samba, como Dona Ivone Lara (1922-2018) e Clementina de Jesus (1901-1987), e chegando a nomes mais contemporâneos, como Luiz Melodia e Racionais MCs.

No outro corredor a mostra ganha contornos mais políticos, com painéis sobre temas como abolição, a ausência histórica de negros no ensino superior e a Lei 10.639/2003, que instituiu o ensino de história e cultura africanas nas escolas.

É nesse setor da exposição que fica o painel com o título “O genocídio da população negra” ilustrado por um desenho do cartunista Carlos Latuff, que mostra um jovem negro algemado e baleado, enquanto um policial se afasta com a arma fumegante.

Após ser vandalizada e protagonizar muito debate na Câmara e fora dela, a obra foi recolocada no lugar por determinação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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