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Cravinhos pede que STF censure série da Netflix sobre caso Richthofen

Cristian, que participou do assassinato em 2002, alegou que tem “direito ao esquecimento” e pede retirada da série Investigação Criminal

atualizado

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Estadão/Arquivo
Cristian Cravinhos
1 de 1 Cristian Cravinhos - Foto: Estadão/Arquivo

Cristian Cravinhos, um dos responsáveis pelo assassinato brutal dos pais de Suzane Von Richthofen, pretende recorrer aos tribunais superiores para tentar censurar a série Investigação Criminal, produzida pela Medialand Produção e Comunicação. As informações são da coluna Rogério Gentile, do portal Uol.

O segundo episódio da primeira temporada da trama mostra, com detalhes, o assassinato de Manfred e Marísia Richthofen, em 31 de outubro de 2002. Na ocasião, Suzane, de 18 anos, abriu a porta da casa da família para que Cristian e seu irmão, Daniel Cravinhos, matassem os pais dela a pauladas.

Cravinhos, que alega ter o “direito ao esquecimento”, recorreu à Justiça para proibir a veiculação do episódio, bem como exigir uma indenização de R$ 500 mil pelo uso de 12 fotografias com a sua imagem.

Além da Medialand, são alvo da ação as plataformas de streaming Netflix, Amazon e Looke.

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Cristian Cravinhos foi derrotado em primeira e segunda instância, mas, segundo a coluna, seus advogados prepararam recursos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Eles entraram com o chamado recurso de admissibilidade, solicitando que o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) envie os autos para o STJ e o STF.

Na petição a ser enviada ao STF, Cravinhos afirma que a série atenta contra o artigo 5º da Constituição, segundo o qual são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas. Esse é o mesmo artigo que assegura a liberdade de expressão no país.

“Por ter cometido um crime que, de acordo com as empresas recorridas, é de interesse da sociedade, [Cravinhos] não pode ser lembrado pelo resto da sua vida por este delito”, afirmou na ação o advogado Valdir Rodrigues de Sá, que o representa. “Como conseguirá viver em sociedade, ter um novo emprego, com toda essa propaganda negativa em seu desfavor?”, questiona o advogado de Cravinhos.

Medialand

A produtora Medialand alegou que a Constituição “assegura a livre manifestação e o direito de informar, repudiando veementemente qualquer tipo de censura”.

A produtora disse que a série tem viés informativo e documental e que o caso Richthofen é o mais célebre da história criminal.

“É inegável a relevância da obra”, afirmou à Justiça o advogado Leo Wojdyslawski, que defende a produtora. Para ele, os prejuízos à honra e à imagem do músico não decorrem da série, mas da “conduta totalmente reprovável” de Cravinhos.

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