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Covid-19: “epidemia de mortes de primos de porteiros” agita redes

Desde sábado (28/03), posts com palavras exatas repetidas, em vários locais do país, tentam atribuir fraude a causa da morte por coronavírus

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Posts com as mesmas palavras postos lado a lado, sobre a alegada morte do "primo do porteiro"
1 de 1 Posts com as mesmas palavras postos lado a lado, sobre a alegada morte do "primo do porteiro" - Foto: Reprodução

Em meio à pandemia do novo coronavírus, que avança rapidamente (no Brasil já está na casa dos 4 mil casos diagnosticados, com mais de uma centena de mortes confirmadas), uma curiosa epidemia de mortes de “primos de porteiros” também ganha impulso – ao menos no mundo virtual das redes sociais. Desde sábado (28/03), uma série de perfis no Twitter relata, com as palavras exatas repetidas, e em vários locais do país, o suposto falecimento do “primo do porteiro” em um acidente ao trocar o pneu de um caminhão.

Nesses relatos, o sujeito azarado teria morrido porque ao ser atingido pelo estouro do pneu “no rosto dele”. E, pasmem, os familiares em luto teriam recebido o atestado de óbito com a causa da morte como se fosse da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Perfis chegaram a publicar o que seria a tal Certidão de Óbito, com detalhes sobre a vítima, um borracheiro de 57 anos, que teria morrido em hospital de Recife (PE) em 23 de março. A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, entretanto, que até esse sábado à noite confirmara cinco mortes pela doença, não aponta nenhuma vítima com estas características. nem o estabelecimento de saúde.

A incongruência logo agitou as redes sociais, com muitos internautas apontando a possibilidade de que robôs estavam sendo usados para espalhar a tese, que ecoa insinuação feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na sexta-feira (27/03), quando afirmou duvidar de que o número de mortes de pacientes com coronavírus seja o que tem sido contabilizado pela autoridades.

“Parece que tem um decreto, pelo que parece, que, sempre que possível, bota um Covid-19, ali”, disse, sem explicar a que se referia, mas logo prosseguindo e citando São Paulo, governado pelo rival João Doria (PSDB). “Tem que ver, São Paulo tem muito mais mortes do que no Rio de Janeiro. É um número de 60, ou mais ou menos isso aí, que fica difícil pra estatística”, completou.

As declarações foram dadas na entrada do Palácio da Alvorada, onde o presidente parou para falar com jornalistas. Minutos antes, em entrevista à TV Band, Bolsonaro havia sido ainda mais direto: “Não tô acreditando nesses números de São Paulo”, disparou, dizendo ainda que pode haver “uso político” do dado.

Um dos que teve a atenção chamada pela confusão foi o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), integrante da CPMI das Fake News, ex-aliado do presidente e hoje uma espécie de provocador-mor de Bolsonaro e seus familiares – a quem costuma atribuir o comando de um exército de robôs, que chama de “milícia digital”.

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