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Caso Vini Jr.: Dino descarta medidas “extraterritoriais” após prisões na Espanha

Decisão foi anunciada por Flávio Dino após a polícia da Espanha prender sete pessoas suspeitas de promover ataques racistas contra Vini Jr.

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Aitor Alcalde / Correspondente/Getty Images
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1 de 1 vini-racismo - Foto: Aitor Alcalde / Correspondente/Getty Images

O ministro da Justiça, Flávio Dino, descartou nesta terça-feira (23/5) a possibilidade de aplicar leis brasileiras contra os ataques racistas ao jogador Vinicius Júnior, conhecido como Vini Jr., do Real Madrid. A decisão foi tomada após a polícia espanhola prender sete pessoas pelo caso.

Os suspeitos foram indiciados por gritos e gestos de “macaco” direcionados ao atacante durante partida contra o Valencia, no último domingo (21/5). Agentes também detiveram outras quatro pessoas pelo caso do boneco enforcado que simulava o atleta, ocorrido em janeiro deste ano.

“Assim sendo, não será necessário debate sobre extraterritorialidade. Parabéns aos sistemas de Justiça e de Segurança da Espanha. Desejamos êxito na tarefa de garantir a autoridade da lei contra os racistas”, publicou Flávio Dino em seu perfil nas redes sociais.

Dino descarta aplicar dispositivo do Código Penal brasileiro contra os ataques racistas sofridos pelo jogador Vinícius Júnior após prisão de suspeitos na Espanha

Na segunda, o ministro afirmou que estudava a possibilidade de usar o Código Penal para aplicar a lei brasileira contra os suspeitos.

“O Código Penal prevê que, em algumas situações excepcionais, é possível que, no caso de crimes contra brasileiros, mesmo no exterior, haja a aplicação da lei brasileira”, disse na ocasião. Dino afirmou que se tratava de um recurso “extremo”, que não seria usado no momento, mas que poderia vir a ser necessário, dada a reincidência dos ataques.

Prisões

No total, sete pessoas foram presas por ataques racistas contra o jogador brasileiro. Três, pelos insultos proferidos no jogo do último domingo (21/5). Outras quatro, por suspeitas de pendurar um boneco do jogador de futebol em uma ponte, como se ele estivesse sendo enforcado. Os três detidos hoje acabaram soltos após prestarem depoimentos e assumirem o compromisso de comparecerem à Justiça em data a ser marcada.

O ato foi realizado por torcedores do Atlético de Madrid, em janeiro deste ano, na véspera do confronto entre o time e o Real Madrid pela Copa do Rei.

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“Eles têm 19, 21, 23 e 24 anos. Vários foram identificados durante partidas de alto risco em dispositivos da Polícia para a prevenção da violência no esporte”, informou a polícia espanhola em uma rede social.

O boneco foi pendurado em uma ponte próxima ao centro de treinamentos do Real Madrid. Havia ainda uma faixa com a frase “Madrid odia al Real” (Madri odeia o Real, como se a cidade odiasse o time de Vini).

Denúncias

Embora ao menos 10 denúncias de racismo contra o atleta já tenham sido formalizadas nesta temporada, o último caso ganhou mais comoção e repercussão, o que fez o governo brasileiro cobrar uma reação mais efetiva das autoridades espanholas.

O próprio Real Madrid se pronunciou oficialmente depois do caso. Na segunda-feira (22/5), o time merengue anunciou que apresentaria uma denúncia por crime de ódio à Procuradoria-Geral do Estado.

Entenda o caso

Tudo começou quando o brasileiro estava driblando e foi atrapalhado por uma segunda bola em campo. Seus companheiros de equipe ficaram indignados com a situação, e a torcida do Valencia começou a hostilizar o craque do Real Madrid.

Vini foi xingado por parte da torcida e apontou para o setor de onde partiam os gritos de “macaco”. O árbitro Ricardo de Burgos paralisou a partida. Revoltado, Vini apontou para um setor da torcida e afirmou que as ofensas vieram dali.

No fim do jogo, uma confusão entre vários jogadores dos dois times paralisou novamente o jogo. O camisa 20 do Real Madrid deu um tapa em um atleta rival após sofrer um mata-leão e recebeu cartão amarelo. A arbitragem usou o VAR no lance e trocou a punição para um cartão vermelho.

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