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Vídeo: polícia da Espanha prende 7 pessoas por ataques racistas a Vini Jr.

Ao todo, 7 pessoas foram presas nesta terça por ataques racistas contra o jogador: 3 por gritos no domingo e outras 4 por boneco enforcado

atualizado

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Manuel Reino Berengui/DeFodi Images via Getty Images
Vini Jr.
1 de 1 Vini Jr. - Foto: Manuel Reino Berengui/DeFodi Images via Getty Images

A Polícia da Espanha anunciou que prendeu, nesta terça-feira (23/5), três jovens acusados de ataques racistas contra o jogador brasileiro de futebol Vinícius Júnior, do Real Madrid. Os suspeitos foram indiciados por gritos e gestos de “macaco” direcionados ao atacante durante disputa contra o Valencia, no último domingo (21/5).

Mais cedo, o órgão deteve outras quatro pessoas pelo caso do boneco enforcado que simulava o atleta, ocorrido em janeiro deste ano. Os três detidos hoje acabaram soltos após prestarem depoimentos e assumirem o compromisso de comparecerem à Justiça em data a ser marcada.

A partida no estádio Mestala chegou a ser paralisada por cerca de oito minutos, no 2º tempo, por causa dos atos criminosos contra o brasileiro. Ele denunciou nas redes sociais que é vítima de perseguição – no entanto, a Liga Espanhol de Futebol (La Liga) nada fez para impedir a violência e responsabilizar os culpados.

Veja o vídeo da prisão:

Os três presos integram um total de sete pessoas detidas esta manhã. Outras quatro pessoas também foram presas suspeitas de pendurar um boneco do jogador de futebol em uma ponte, como se ele estivesse sendo enforcado.

O ato foi realizado por torcedores do Atlético de Madrid, em janeiro deste ano, na véspera do confronto entre Atlético e Real pela Copa do Rei.

“Eles têm 19, 21, 23 e 24 anos. Vários foram identificados durante partidas de alto risco em dispositivos da Polícia para a prevenção da violência no esporte”, informou a polícia espanhola em uma rede social.

O boneco foi pendurado em uma ponte próxima ao centro de treinamentos do Real Madrid. Havia ainda uma faixa com a frase “Madrid odia al Real” (Madri odeia o Real, como se a cidade odiasse o time de Vini).

Manifestação do governo

O chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, também se manifestou nas redes sociais e pediu “tolerância zero contra o racismo”. Ele compartilhou um comunicado do Conselho Superior de Esportes espanhol, ligado ao Ministério da Cultura e Esportes do país. “O ódio e a xenofobia não devem ter lugar no nosso futebol ou na nossa sociedade”, prosseguiu.

No texto, o governo da nação europeia “expressa sua contundente e enérgica condenação aos insultos racistas que estão ocorrendo no campo do futebol e recorda seu papel ativo na luta contra a violência no esporte”.

O documento frisa ainda que o governo do país irá propor à Federação Espanhola de Futebol e à Primeira Divisão da La Liga o desenvolvimento de uma campanha de conscientização, da qual participarão capitães de clubes espanhóis.

Além disso, o Conselho promoverá outras medidas pontuais para “lutar contra o flagelo do racismo e da xenofobia” e o discurso de ódio no esporte. No entanto, não foram anunciadas ações concretas.

Após os ataques, a Liga Espanhola de Futebol, conhecida como La Liga, lançou campanha de conscientização nas redes sociais e criou canal de denúncias para que os torcedores enviem fotos ou outras formas de identificação de criminosos responsáveis por atos de injúria racial dentro de estádios.

Denúncias

Apesar de ao menos 10 denúncias de racismo contra o atleta já terem sido formalizadas nesta temporada, o último caso gerou comoção e o governo brasileiro cobrou medidas das autoridades espanholas.

O próprio Real Madrid se pronunciou oficialmente depois que o atacante Vinícius Júnior sofreu mais um episódio de racismo na Espanha. Na segunda-feira (22/5), o Real, por meio de nota oficial, formalizou denúncia por crime de ódio na Procuradoria-Geral do Estado.

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