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“Bolsonaro foi mal orientado”, diz presidente da CPI da Covid

Segundo o senador Omar Aziz, o presidente Bolsonaro recebeu orientações – não acordou, em um “belo dia”, e disse que a cloroquina salva

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Omar Aziz e Randolfe Rodrigues falam com a imprensa após o fim da segunda reunião da CPI da Covid 1
1 de 1 Omar Aziz e Randolfe Rodrigues falam com a imprensa após o fim da segunda reunião da CPI da Covid 1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou, nesta segunda-feira (17/5), que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), foi “mal orientado” durante a condução da pandemia no país.

“O presidente não acordou, em um belo dia, pandemia no Brasil, e disse: ‘Olha, eu sonhei que a cloroquina, a ivermectina, salva’. Alguém o conduziu a isso”, assinalou, em entrevista à CNN Brasil.

“Acho que o presidente foi mal orientado”, prosseguiu o senador, ao indicar que Bolsonaro não tinha obrigação de ter conhecimentos técnicos sobre o tratamento precoce. Segundo Aziz, esse encargo deveria ser de médicos do Ministério da Saúde.

O presidente da CPI também aponta falhas na incessante divulgação do “kit Covid”, mesmo após desaprovação científica, e rejeição de vacinas contra o novo coronavírus produzidas pela Pfizer.

O gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, confirmou, na quinta-feira (13/5), que Bolsonaro (sem partido) ignorou a carta enviada pela farmacêutica ao alto escalão do governo federal, na qual a empresa se colocava à disposição para negociar a aquisição, pelo Brasil, de doses de vacina contra Covid-19.

Segundo o gerente-geral da Pfizer, o governo federal recusou, ao todo, seis ofertas — cinco delas concedidas entre agosto e novembro de 2020.

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“Em um primeiro momento, falar em cloroquina, ivermectina, era natural, porque nós estávamos meio que perdidos. Mas persistir nisso até hoje, aí já é conflituoso com a ciência”, afirmou Aziz.

“O presidente [Bolsonaro] recebeu uma correspondência da Pfizer, […] e ninguém mandou procurar a Pfizer para pelo menos dizer quando custa a vacina, como que estão os testes”, disparou o senador, que é vice-líder do governo no Senado.

O presidente do colegiado disse ainda que os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, além do atual comandante da pasta, Marcelo Queiroga, já “omitiram” fatos durante o depoimento.

“Baseado nos depoimentos que nós assistimos, os três ministros ou ex-ministros se omitiram em muitas coisas, principalmente em nomes. Tanto é que o presidente da Anvisa citou os nomes que estavam na reunião que o ex-ministro Mandetta citou”, afirmou.

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