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Bolsonarista presa com Sara Winter é servidora no RJ e terá conduta apurada

Para se juntar aos 300 do Brasil, Érica Viana deixou Campos dos Goytacazes, no RJ, onde trabalha numa creche. Ela corre o risco de demissão

atualizado

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Reprodução/Twitter
Extremista Erica Viana, amiga de Sara Winter
1 de 1 Extremista Erica Viana, amiga de Sara Winter - Foto: Reprodução/Twitter

Érica Viana de Souza, assistente de turma em uma creche pública de Campos dos Goytacazes, no interior do Rio de Janeiro, é uma dedicada defensora de valores católicos e do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. No mês passado, quando a pandemia de coronavírus a desobrigou de cumprir expediente presencial, a militante virtual resolveu atender ao chamado da extremista Sara “Winter” Giromini e embarcar para Brasília para acampar com os  grupo 300 do Brasil.

No dia 16 de junho, Érica participou de seu último ato público, um protesto contra a prisão de Sara na porta da Polícia Federal. Lá, ela foi presa e agora está no presídio feminino do DF com sua líder política. A prisão temporária das duas foi prorrogada no último dia 19 de junho pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Por causa da prisão e da participação da servidora pública municipal em atos políticos que são alvo de investigação no Supremo, a prefeitura de Campos dos Goytacazes informou ao Metrópoles que sua conduta será apurada. O órgão informou que ela faz parte do quadro de servidores desde 2013.

O Portal da Transparência do município mostra que ela tem salário bruto de R$ 1.993,92 e líquido de R$ 1.808,08.

Contracheque Erica Viana
Registro do salário de Érica no Portal da Transparência de Campos

Consequências
Segundo o jurista Carlos Toledo, que é procurador do Estado de São Paulo, nesses casos a prefeitura deve abrir um processo disciplinar para apurar a conduta da servidora e pode até demiti-la se considerar que houve falta grave.

“Não estão claros os crimes que ela está sendo acusada, mas caberá uma investigação funcional, porque a vida privada do servidor deve ser compatível com o cargo que ele ocupa. Se ela adotar uma postura que comprometa a imagem do órgão ou se não consegue trabalhar por causa de sua militância, ela pode ser punida administrativamente”, explica ele.

Há ainda a ação penal que ela enfrenta no Supremo. “A depender do crime, se houver condenação, uma das penas impostas poder ser a perda do emprego público”, completa Toledo.

Érica e Sara estão presas no âmbito do inquérito que investiga o financiamento de atos antidemocráticos. A investigação foi pedida pela Procuradoria Geral da República e autorizada pelo STF.

Acampada na Esplanada
As redes sociais da Érica mostram que ela partiu de sua cidade em 21 de maio rumo a Brasília para se juntar aos 300.

Nesta postagem de um dos secretários do Ministério da Educação, Carlos Nadalim, Érica aparece em uma celebração católica dentro do prédio do ministério quando Abraham Weintraub ainda era ministro e promovia aglomerações, em 5 de julho.

Ela está na frente, segurando uma bandeira de Campos dos Goytacazes e com uma bandeira do Brasil enrolada no pescoço.

Veja outros registros da própria Érica de sua militância no grupo extremista, que foi retirado da Esplanada no último fim de semana pelo governo do DF.

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Na cadeia
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seap), as internas Sara Fernanda Giromini e Érica Viana de Souza chegaram à penitenciária feminina do Distrito Federal na tarde do dia 17 de junho, oriundas da Polícia Federal para cumprimento de prisão temporária.

“Como toda recém-ingressa, foram entrevistadas, passaram por revista corporal e receberam orientações (cartilha da custodiada). Foi entregue kit de higiene pessoal (sabonete, papel higiênico, absorvente higiênico, escova e creme dental, sabão em pó, repelente, desodorante, etc) e, ainda, enxoval composto por agasalho, colchão, coberta, sandálias, camisetas e short de uniforme”, informou a Seap, em nota.

Na tarde do dia 18 de junho, ambas passaram por atendimento de equipe multidisciplinar, composta por profissionais de saúde. “No acolhimento, passaram por triagem com assistente social e psicóloga. Realizaram também avaliação odontológica e clínica, com aferimento de pressão arterial, glicemia, sorologias (HIV, Sífilis, Hepatites B e C) e teste rápido pra Covid-19”, detalhou o texto.

Conforme a Seap, os atendimentos seguem o padrão da Penitenciária Feminina para o recebimento de qualquer custodiada e para cumprimento de todo tipo de prisão.

O Metrópoles procurou os advogados de Érica Viana, mas eles não se manifestaram.

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