metropoles.com

Bharat Biotech encerra acordo com a Precisa Medicamentos

Informação foi divulgada em comunicado oficial publicado pelo laboratório. Empresa disse que continuará trabalhando com a Anvisa

atualizado

Compartilhar notícia

Indranil Aditya/NurPhoto via Getty Images
Vacina indiana Covaxin - Coronavirus - Covid19
1 de 1 Vacina indiana Covaxin - Coronavirus - Covid19 - Foto: Indranil Aditya/NurPhoto via Getty Images

A Bharat Biotech, laboratório indiano que produz a vacina Covaxin contra a Covid-19, anunciou, nesta sexta-feira (23/7), que encerrou o acordo com a Precisa Medicamentos, empresa que representava a farmacêutica no Brasil.

A informação foi divulgada em comunicado oficial publicado pelo laboratório. A Bharat não informou o motivo do encerramento do memorando, mas disse que continuará trabalhando com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para “completar a aprovação do processo regulatório da Covaxin”.

Em nota, a Bharat informou que o preço global por unidade da Covaxin era de US$ 15 a US$ 20 (exceto para a Índia). “Consequentemente, a Covaxin foi oferecida ao governo de Brasil por uma taxa de US$ 15. Afirma-se ainda que a empresa não recebeu nenhum adiantamento nem forneceu vacinas ao Ministério da Saúde do Brasil”, consta no documento.

A Precisa Medicamentos é um dos alvos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado Federal. Suspeitas de irregularidades no contrato do Ministério da Saúde com a farmacêutica levaram a pasta a suspender o contrato para a aquisição do imunizante. O acordo para compra das vacinas é de R$ 1,6 bilhão e prevê entrega de 20 milhões de doses ao Brasil.

Veja a nota divulgada pela Bharat Biotech:

Bharat Botech Precisa 23jul2021 by Rebeca Borges on Scribd

O que diz a Precisa?

Procurada pela reportagem, a Precisa Medicamentos afirma que “lamenta o cancelamento do memorando”. A empresa avalia a decisão como “precipitada”, e diz que a medida prejudica o esforço do Brasil para vencer a Covid-19. A Precisa também citou o “caos político” como uma das razões para o fim do acordo.

“[O cancelamento] é consequência direta do caos político que se tornou o debate sobre a pandemia, que deveria ter como foco a saúde pública, e não interesses políticos”, informou. O laboratório também defende que “jamais praticou qualquer irregularidade”, e citou a aprovação da Anvisa para a condução de testes da vacina no Brasil como uma das provas de sua integridade.

“A Precisa jamais praticou qualquer ilegalidade e reitera seu compromisso com a integridade nos processos de venda, aprovação e importação da vacina Covaxin, tanto que, nesta quinta-feira (22), obteve mais um passo relevante, com a aprovação, pela Anvisa, da fase três de testes no Brasil, a ser feita em parceria pelo Instituto Israelita Albert Einstein. Todos os trâmites foram conduzidos pela Precisa Medicamentos, que cumpriu os pré-requisitos impostos pela agência e apresentou todas as informações necessárias”, consta na nota oficial.

A empresa afirmou que o fim do acordo é resultado de uma “confusão causada pelo momento político do país”. De acordo com o laboratório, a vacina Covaxin tem eficácia comprovada de 65,2% contra a variante Delta, que se espalha pelo Brasil. “A empresa continuará exercendo sua atividade no ramo fármaco empresarial, nos mais legítimos termos que sempre se pautou, com ética e valores sólidos, nesses mais de 20 anos de atuação”, assinalou.

0
CPI da Covid-19

Entre as suspeitas de irregularidades no contrato com a Precisa Medicamentos, investigadas pela CPI, estão tentativa de recebimento adiantado, alto valor das doses e “pressão atípica” de membros do governo. As denúncias sobre o acordo foram levantadas, inicialmente, pelo servidor Luís Ricardo Fernandes Miranda, do Ministério da Saúde.

Ao Ministério Público Federal (MPF), o funcionário afirmou ter sofrido pressão de superiores para acelerar a importação da Covaxin. Ele teria relatado as irregularidades ao irmão, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), que alega ter procurado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para denunciar os problemas.

Ambos foram ouvidos pela CPI da Covid no Senado. Outra personagem na mira da CPI é a diretora da Precisa, Emanuela Medrades. Ela prestou depoimento aos senadores no início do julho. Para dar continuidade às investigações, os parlamentares esperam ouvir o empresário Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos. O depoimento está previsto para a primeira semana de agosto.

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?