O U2, banda irlandesa de rock, se juntou a artistas e comunidade internacional para cobrar explicações sobre os desaparecimentos, em Atalaia do Norte (AM), do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, que já completam oito dias.
Uma postagem na conta oficial do Instagram do grupo, assinada pelo baixista Adam Clayton, diz: “Estamos esperando para descobrir o que aconteceu com esses homens corajosos”.
Veja o post:
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Dom Phillips é um jornalista britânico de 57 anos. Ele estava na região do Vale do Javari (AM) realizando pesquisa para um livro que escreve sobre a região da Amazônia. Dom é colaborador do jornal The Guardian e tem larga experiência na cobertura da região.
Bruno Pereira, servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai), estava de licença do órgão desde que foi exonerado, em 2019. Ele acompanhava Dom Phillips em um trabalho investigativo sobre pesca e extração de madeira ilegal na área.
Os dois desapareceram em 5 de junho, quando se deslocavam de barco entre a comunidade ribeirinha de São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.

Arquivo pessoal

Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultadosDivulgação

Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tirosDivulgação/Funai

Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e BrunoRedes sociais/reprodução

O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do casoErlon Rodrigues/PC-AM

A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o PeruArte/Metrópoles

Alvo da cobiça de garimpeiros, o Vale do Javari é usado como rota para tráfico de cocaína Adam Mol/Funai/Reprodução

Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”Reprodução/Twitter/@andersongtorres

Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposaTwitter/Reprodução

PF já apreendeu dois pescadores suspeitos de participar no desaparecimentoReprodução/Redes sociais

Governo afirmou que faz buscas em meio aéreo, marítimo e terrestreReprodução/Redes sociais

No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca Reprodução/Redes sociais
Na noite de domingo (12/6), a Polícia Federal (PF) confirmou que os objetos encontrados pelo Corpo de Bombeiros são de Bruno e Dom.
Foram encontrados amarrados em uma árvore submersa no igapó – pedaço da floresta inundado pela água – uma mochila preta (com objetos no interior) pertencente a Bruno; 2 pares de botas (de tamanhos diferentes), reconhecidos como sendo dos dois; 1 calça preta tática, de Bruno; 1 cartão de saúde com o nome completo do indigenista; 1 chinelo preto da marca havaiana, também de Bruno, e uma lona preta que estava na embarcação. Os materiais foram entregues à PF para perícia.
Veja fotos das buscas e dos pertences encontrados:

Bombeiros encontraram mochila, botas, calça e um cartão de saúdeMaterial cedido ao Metrópoles

Bruno e Dom desapareceram no domingo (5/6)Material cedido ao Metrópoles

Região do Vale do Javari, onde o indigenista e o jornalista desapareceramMaterial cedido ao Metrópoles

Os objetos encontrados foram identificados pela Polícia FederalMaterial cedido ao Metrópoles

As buscas são intensas na área Material cedido ao Metrópoles