“Cadê Dom e Bruno?” Com atos e vídeos, manifestantes cobram respostas
Manifestantes protestaram no DF, Rio de Janeiro e Belém e também divulgaram vídeos com participação de artistas e personalidades
atualizado
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Manifestantes cobraram respostas sobre o desaparecimento do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, neste domingo (12/6). Protestaram no Distrito Federal, Rio de Janeiro (RJ) e Belém (PA).
Dom e Bruno desapareceram no Amazonas. Em todos os atos, os manifestantes destacaram a mensagem: “Onde estão Dom Phillips e Bruno Pereira?”.
O grupo divulgou um vídeo com apoio de artistas e personalidades. A principal mensagem da gravação é: “Cadê Bruno e Dom. Vivos eles foram levados. Vivos nós os queremos de volta”.
Veja o vídeo:
No DF, o protesto foi organizado pelo Movimento Bem Viver, no Eixão do Lazer, em Brasília, entre a 208 e 209 Norte. Teve participação de socioambientalistas, indígenas, famílias camponesas e ativistas de Direitos Humanos.
“A gente conseguiu ver o tamanho da indignação e da solidariedade das pessoas”, afirmou o Thiago Avíla, 35 anos, socioambientalista.
Segundo Avíla, o ato teve a participação direta de 120 pessoas no Eixão, no entanto, grande os frequentadores do Eixão do Lazer apoiou o protesto.

Arquivo pessoal

Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados Divulgação

Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros Divulgação/Funai

Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno Redes sociais/reprodução

O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso Erlon Rodrigues/PC-AM

A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru Arte/Metrópoles

Alvo da cobiça de garimpeiros, o Vale do Javari é usado como rota para tráfico de cocaína Adam Mol/Funai/Reprodução

Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito” Reprodução/Twitter/@andersongtorres

Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa Twitter/Reprodução

PF já apreendeu dois pescadores suspeitos de participar no desaparecimento Reprodução/Redes sociais

Governo afirmou que faz buscas em meio aéreo, marítimo e terrestre Reprodução/Redes sociais

No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca Reprodução/Redes sociais
Além da cobrança de respostas para o desaparecimento de Dom e Bruno, o ato também destacou a importância da preservação do meio ambiente e da Amazônia.
Greve
De acordo com Avíla, nesta segunda-feira (13/6), os servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) farão assembleia com indicativo de greve.
Os servidores avaliam cruzar os braços para aumentar a pressão em busca da solução do desaparecimento e para reforçar a proteção ambiental na região do episódio, o Vale do Javari.
Há também previsão de vigílias em frente da Funaí e também de um novo protesto no Eixão no próximo domingo (19/6).
“É muito importante essa ação de solidariedade, pois o Brasil está entre os países que mais mata ambientalistas no mundo e essa cifra aumentou no atual governo que incentiva o garimpo ilegal, o agronegócio, a exploração de madeira ilegal, a caça e a pesca predatórias e a violência no campo e na floresta”, ressaltou Ávila.
Defesa da floresta
Segundo Nildes Kariri-Xocó, liderança indígena no DF, Dom e Bruno estavam defendendo a floresta, os povos indígenas e o futuro de toda a humanidade.
“É nosso dever denunciar seu desaparecimento e cobrar das autoridades o máximo empenho nas buscas e na responsabilização daqueles que os estavam ameaçando e perseguindo desde antes do desaparecimento. Vivos os levaram. Vivos nós os queremos de volta”, afirmou Nildes.
“O desaparecimento da forma que foi, com tantos indícios de violência, na maior floresta do mundo em pleno período de emergência climática precisa parar o país. Precisamos dar um basta à violência contra quem defende a vida e o futuro do planeta”, pontou a liderança indígena.
No Rio de Janeiro, o protesto foi feito em frente ao posto 6, na praia de Copacabana. Local onde Dom costumava praticar stand-up Paddle.
Material humano
A Polícia Federal localizou material orgânico aparentemente humano. E a família dos desaparecidos cedeu material para testes. A análise será feita no DF.
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