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Desaparecidos no AM: veja vídeo de onde estavam objetos de Dom e Bruno

Peritos e mergulhadores fizeram exames preliminares no local das buscas, no Vale do Javari, onde indigenista e jornalista desapareceram

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
Região do Vale do Javari, onde o indigenista e o jornalista desapareceram
1 de 1 Região do Vale do Javari, onde o indigenista e o jornalista desapareceram - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Vídeos obtidos pela coluna mostram o local onde os objetos do indigenista Bruno Pereira foram encontrados. As buscas ocorreram em Atalaia do Norte (AM), no Vale do Javari. Bruno Pereira estava com o jornalista Dom Phillips quando ambos desapareceram há oito dias. Agentes da Polícia Federal (PF) ainda investigam o que aconteceu com os dois.

Foram localizados os seguintes itens amarrados em uma árvore submersa no igapó (pedaço da floresta inundado pela água): uma mochila preta, com objetos no interior, pertencente a Bruno; dois pares de botas, de tamanhos diferentes – reconhecidas como propriedade dos dois; uma calça preta tática, de Bruno; um cartão de saúde com o nome completo do indigenista; um chinelo preto da marca Havaianas, também de Bruno; e uma lona preta que estava na embarcação. Os materiais foram entregues à Polícia Federal (PF) para perícia.

Gravações feitas pelas equipes de busca registram policiais da PF de barco no local onde os pertences foram localizados. Peritos e mergulhadores fizeram exames preliminares no local. Confira:


Veja fotos das buscas e dos pertences encontrados:

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Leia a nota divulgada pela Polícia Federal na noite de domingo (13/6):

Nota da Polícia Federal sobre o caso de Dom Phillips e Bruno Pereira

Novo nome

Material exclusivo obtido pela coluna Na Mira, do Metrópoles, insere no caso o nome de um ribeirinho conhecido na região como Dos Santos. Segundo relatos de um homem que acompanhou a jornada de Bruno e Dom Phillips, de 3 a 5 de junho, Dos Santos teria entrado no barco de Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, com uma espingarda calibre 16.

De acordo com a testemunha, o indigenista e o jornalista britânico se deslocavam, de barco, entre comunidade ribeirinha de São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no mesmo momento em que ele fazia a viagem; o trajeto dura cerca de quatro horas. No meio do caminho, o homem relatou ter sido ultrapassado pela “voadora” (voadeira é uma embarcação movida a motor com estrutura e casco de metal, composta com motor de popa) de Bruno e Dom.

Dois minutos depois, viu uma “voadora” de cor verde aparecer atrás dos dois. A testemunha logo identificou o barco verde como sendo de Pelado, pois já o conhecia.

O depoente continuou seguindo viagem para Atalaia do Norte quando foi parado por Dos Santos, nas proximidades de onde o ribeirinho mora, no Lago Ipuca. Dos Santos pediu ajuda ao depoente. “Me leva ali embaixo”, teria dito.

A testemunha levou o conhecido até um ponto do rio no qual avistaram a lancha de Pelado. Dos Santos, então, pediu para que o depoente o deixasse ali, pegou seu pequeno barco e foi remando ao encontro de Pelado. A testemunha percebeu que Dos Santos portava uma espingarda calibre 16 e uma cartucheira na cintura.

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O homem não conseguiu visualizar a parte interior do barco de Pelado, mas relatou que ele estava sozinho até encontrar Dos Santos. De lá, os dois partiram para o lado oposto da testemunha, que foi para Atalaia do Norte. Quando chegou às margens do rio, já em Atalaia do Norte, no entanto, a família de Bruno o aguardava a fim de perguntar se ele sabia onde o indigenista estava. O depoente respondeu que o viu passar no rio.

Desaparecidos

Dom Phillips é um jornalista britânico de 57 anos. Ele estava na região do Vale do Javari (AM) realizando pesquisa para um livro que escreve sobre a região da Amazônia. Dom é colaborador do jornal The Guardian e tem larga experiência na cobertura da região.

Bruno Pereira, servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai), estava de licença do órgão desde que foi exonerado, em 2019, e acompanhava Dom Phillips em trabalho investigativo sobre pesca e extração de madeira ilegal na área.

Os dois desapareceram em 5 de junho, quando se deslocavam de barco entre a comunidade ribeirinha de São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.

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