metropoles.com

Após vetar trechos do Orçamento, Lula terá de negociar com o Congresso

Presidente vetou aumento das emendas parlamentares, mas prometeu ao Congresso plano para reverter o corte de R$ 5,6 bilhões

atualizado

Compartilhar notícia

Igo Estrela/Metrópoles
Presidente Lula e Rodrigo Pacheco descem a rampa e posam ao lado da Constituição Federal no Congresso nacional após solenidade no Congresso - metrópoles
1 de 1 Presidente Lula e Rodrigo Pacheco descem a rampa e posam ao lado da Constituição Federal no Congresso nacional após solenidade no Congresso - metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Na volta do recesso parlamentar, em 5 de fevereiro, o Congresso deverá avaliar os vetos feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Lei Orçamentária Anual (LOA), o Orçamento da União para 2024. A sanção ocorreu na tarde dessa segunda-feira (22/1), com um veto do chefe do Executivo que incomodará os congressistas.

Lula brecou um trecho que aumentaria em R$ 5,6 bilhões as emendas dos parlamentares. O acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), era de uma despesa máxima de R$ 12 bilhões para isso.

No entanto, quando a LOA foi ao Legislativo, os parlamentares elevaram o repasse para R$ 16 bilhões, o que o chefe do Executivo vetou.

A disputa pela liberação das emendas será mais um dos embates entre Executivo e Legislativo. Líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) admitiu ser “sempre uma possibilidade” a derrubada das decisões do presidente em uma sanção, mas prometeu “negociar o máximo possível” para manter a canetada de Lula.

Na mesa de negociações, o governo prometeu apresentar ao Congresso, na volta do recesso parlamentar, alternativa ao corte de R$ 5,6 bilhões aplicado sobre as chamadas emendas de comissão e, assim, evitar o desgaste que poderia resultar de novo veto do Legislativo a uma decisão do presidente.

Randolfe, logo após a assinatura da LOA, explicou o veto como a “decorrência de um circunstância que tanto governo quanto Congresso têm de celebrar: a queda da inflação”.

Luiz Carlos Motta (PL-SP), relator da LOA e participante da solenidade de sanção no Palácio do Planalto, aguarda a “reposição” que a ministra Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, fará para os parlamentares, após o veto de Lula.

“Isso que vamos tentar construir até a próxima sessão do Congresso. Logicamente, se não achar solução, o objetivo dos parlamentares é, logicamente, derrubar o veto”, adiantou Motta.

Em casos de vetos presidenciais, Lula precisa enviar, em até 48 horas, as justificativas para o Congresso. Deputados e senadores, então, têm o poder de derrubar ou acatar os vetos, dependendo da formação de maioria nas duas Casas. Câmara e Senado retomam as atividades daqui a quase duas semanas.

Executivo x Legislativo

As idas e vindas dos vetos presidenciais são um dos pontos de desgaste na relação entre o Executivo e o Legislativo. Por mais que o governo federal tenha conseguido aprovação em temas prioritários, como a reforma tributária, o Congresso também barrou vetos de Lula em matérias relevantes.

Esse foi o caso no Marco Temporal das terras indígenas, quando o Congresso derrubou o veto do presidente, e a lei foi promulgada com a regra considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Lula falou até em “briga” para derrubar a tese do Marco Temporal.

Outro assunto que tensiona Executivo e Legislativo é a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia. Em dezembro, o Congresso aprovou a prorrogação da medida por outros quatro anos, até 2027. Sob recomendação da equipe econômica, Lula vetou o dispositivo, mas a decisão acabou derrubada pelos parlamentares.

O governo federal, então, editou medida provisória (MP) para reonerar de forma gradual os setores. Apesar de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ter se posicionado contra a MP, ainda há articulação do Executivo pela reoneração.

Esses dois temas se estenderam para 2024, com o Marco Temporal sob análise do ministro Gilmar Mendes, do STF, nomeado por sorteio, e a MP da Reoneração ainda sendo debatida pela ala econômica do governo e pelos presidentes da Câmara e do Senado.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?