A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Butantan reúnem-se nesta segunda-feira (17/1) para discutir a aplicação da vacina Coronavac contra Covid-19 em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos de idade.
O encontro ocorre virtualmente às 17h desta segunda. Além de representantes do Butantan, a reunião terá participação de membros da Gerência-Geral de Medicamentos da Anvisa, além de técnicos das cinco diretorias do órgão. Funcionários da Gerência de Avaliação de Produtos Biológicos também participam da agenda.
Nesta segunda, as áreas técnicas avaliarão os dados enviados pelo Butantan sobre a aplicação da vacina em crianças, e relatórios de entidades médicas sobre o assunto. Ainda não haverá decisão sobre o tema: o assunto será votado em reunião da diretoria colegiada da agenda, sem data prevista para ocorrer.
Esta é a segunda reunião para discutir a vacinação infantil com Coronavac em uma semana. O encontro anterior ocorreu na quinta-feira (13/1), com participação de entidades médicas e pesquisadores do Chile (onde a vacina já é aplicada em crianças) e do laboratório Sinovac, fabricante do fármaco.
O objetivo do encontro foi apresentar e analisar dados de pesquisas e estudos feitos pelo governo chileno durante a aplicação da Coronavac no público infanto-juvenil no país.
O Butantan pediu à Anvisa, no dia 15 de dezembro, a autorização do uso emergencial da Coronavac em crianças. O Ministério da Saúde admite que estuda usar outras vacinas contra a Covid-19, doença causada pelo coronavírus, para ampliar a imunização infantil contra a enfermidade. A medida, contudo, depende do aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Atualmente, apenas a vacina da Pfizer tem aprovação do órgão regulador para utilização em crianças de 5 a 11 anos de idade.
Covid-19: o que se sabe até agora sobre a vacinação de crianças:

A Anvisa aprovou, em 16 de dezembro, a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Para isso, será usada uma versão pediátrica da vacina, denominada Comirnatybaona/Getty Images

A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anosIgo Estrela/ Metrópoles

A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármacoAline Massuca/Metrópoles

Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no BrasilER Productions Limited/ Getty Images

Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizaçõesGetty Images

De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenosVinícius Schmidt/Metrópoles

Contudo, desde o aval para a aplicação da vacina em crianças, a Anvisa vem sofrendo críticas de Bolsonaro, de apoiadores do presidente e de grupos antivacinaHUGO BARRETO/ Metrópoles

Para discutir imunização infantil, o Ministério da Saúde abriu consulta pública e anunciou que a vacinação pediátrica teria início em 14 de janeiro. Além disso, a apresentação de prescrição médica não será obrigatóriaIgo Estrela/ Metrópoles

Inicialmente, a intenção do governo era exigir prescrição. No entanto, após a audiência pública realizada com médicos e pesquisadores, o ministério decidiu recuar Divulgação/ Saúde Goiânia

De acordo com a pasta, o imunizante usado será o da farmacêutica Pfizer e o intervalo sugerido entre cada dose será de oito semanas. Caso o menor não esteja acompanhado dos pais, ele deverá apresentar termo por escrito assinado pelo responsável Hugo Barreto/ Metrópoles

Além disso, apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacinaAline Massuca/ Metrópoles

Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi graveIgo Estrela/Metrópoles

Países como Israel, Chile, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina e Cuba, e a própria União Europeia, por exemplo, são alguns dos locais que autorizaram a vacinação contra a Covid-19 em criançasGetty Images

Nos Estados Unidos, a imunização infantil teve início em 3 de novembro. Até o momento, mais de 5 milhões de crianças já receberam a vacina contra Covid-19. Nenhuma morte foi registrada e eventos adversos graves foram raros baona/Getty Images

A decisão do Ministério da Saúde de prolongar o intervalo das doses do imunizante contraria a orientação da Anvisa, que defende uma pausa de três semanas entre uma aplicação e outra para crianças de 5 a 11 anosRafaela Felicciano/Metrópoles