Anvisa determina suspensão cautelar de estudo da Covaxin no Brasil
Agência alega que empresa Bharat Biotech informou que a Precisa não a representa mais no Brasil, o que inviabiliza a realização do estudo
atualizado
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A suspensão cautelar dos estudos clínicos da vacina Covaxin no Brasil, foi determinada, nesta sexta-feira (23/7), pela Coordenação de Pesquisa Clínica (Copec/GGMED) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A agência diz que a medida foi realizada em decorrência do comunicado da empresa indiana Bharat Biotech Limited International.
“No comunicado, a Bharat informa que a empresa Precisa não possui mais autorização para representar a Bharat no Brasil, o que, na avaliação da Anvisa, inviabiliza a realização do estudo. A Bharat é a fabricante da vacina Covaxin”, diz a Anvisa.
Os ofícios comunicando a suspensão cautelar foram enviados ao Instituto Albert Einstein e à patrocinadora do estudo, a empresa Precisa Comercialização de Medicamentos Ltda.
A aplicação da vacina em voluntários brasileiros também não chegou a acontecer.
Documentos falsos
Como noticiado pelo Metrópoles, o laboratório indiano Bharat Biotech diz ter conhecimento de que documentos falsos foram enviados ao Ministério da Saúde. A informação foi divulgada nesta sexta, data em que a empresa encerrou acordo com a Precisa Medicamentos, grupo que representava a farmacêutica asiática no Brasil.
“Recentemente, fomos informados de que certas cartas, supostamente assinadas por executivos da empresa, estão sendo distribuídas on-line. Gostaríamos de ressaltar, enfaticamente, que esses documentos não foram emitidos pela empresa ou por seus executivos e, portanto, negamos veementemente os mesmos”, diz a Bharat Biotech, em nota.
As duas cartas falsificadas contam com suposta assinatura de Krishna Mohan Vadrevu, diretor-executivo da Bharat Biotech. Os documentos foram assinados no dia 19 de fevereiro deste ano, seis dias antes da assinatura do contrato entre o Ministério da Saúde e a Precisa.
O caso Covaxin
Entre as suspeitas de irregularidades no contrato com a Precisa Medicamentos, investigadas pela CPI, estão tentativa de recebimento adiantado, alto valor das doses e “pressão atípica” de membros do governo. As denúncias sobre o acordo foram levantadas, inicialmente, pelo servidor Luis Ricardo Fernandes Miranda, do Ministério da Saúde.
Ao Ministério Público Federal (MPF), o funcionário afirmou ter sofrido pressão de superiores para acelerar a importação da Covaxin. Ele teria relatado as irregularidades ao irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que alega ter procurado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para denunciar os problemas.