Dos muitos palanques de Lula nos estados, nenhum talvez seja mais complicado que o de Minas Gerais. O desempenho do petista no estado “síntese” e decisivo na eleição vai bem. Tem 20 pontos de diferença sobre Bolsonaro: 48% a 28%, mostrou o Datafolha de ontem.
Mas Lula, ao menos até agora, não está transferindo voto para seu candidato ao governo mineiro, o ex-prefeito Alexandre Kalil, do PSD. O resultado do Datafolha de ontem foi desastroso: 48% para Romeu Zema (Novo) a 21% para Kalil. Zema vence no primeiro turno.
A diferença é abissal. Os dois – Lula e Kalil – apareceram algumas vezes em público recentemente. As chamadas de Kalil se associando a Lula na TV já estão no ar. Mas ainda são insuficientes para operar qualquer reversão nesse quadro.
Kalil apostou no “casamento” com Lula, que tem no ex-prefeito de Belo Horizonte também uma aposta. Mas o petista parece ir bem em Minas por conta própria.
O que o Datafolha mostrou ontem é um fenômeno detectado semanas atrás: o “Lulema”. O eleitor que vota em Zema, vota em Lula.
A campanha do PT, pressionada pelo PSD, terá que reforçar a presença do líder do partido em solo mineiro. Kalil é muito conhecido na capital mineira e no seu entorno, mas vai precisar de muita força para tentar, ao menos, levar essa disputa para um segundo turno.