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Prêmio Nobel da Paz vai para o jornalismo que busca a verdade

A verdade é a versão mais completa e mais honesta possível de um fato

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PhoTon/Getty Images
Jornais dobrados, imagem ilustrativa -- Metrópoles
1 de 1 Jornais dobrados, imagem ilustrativa -- Metrópoles - Foto: PhoTon/Getty Images

O jornalismo não é diferente de qualquer outra profissão. Exige talento, disciplina, paixão e suor. Em troca, oferece mais frustrações do que êxitos. Mas o jornalismo não é igual a qualquer outra profissão. E tudo por causa de um detalhezinho: a verdade.

Nossa missão é buscar a verdade e oferecê-la ao público de maneira compreensível. É só para isso que serve o jornalismo. Se ele serve preferencialmente para outra coisa, não serve ao público. Não merece ser chamado de jornalismo. É uma contrafação.

A verdade é e sempre será relativa. O que importa é isto: que saiamos à caça da verdade, sem preconceitos e empurrados pela fé inquebrantável de quem se acha capaz de encontrar algo que não é claramente identificável.

A verdade por trás de um acidente de trânsito. Ou a verdade por trás de uma manobra política tramada no escurinho dos gabinetes inaccessíveis da República. A verdade é a versão mais completa e mais honesta possível de um fato.

Nós, jornalistas, aprendemos nos bancos escolares que devemos perseguir a verdade. Na vida real, descobrimos que nos cabe escolher a verdade, porque ela muitas vezes não é uma só. Haverá responsabilidade maior do que essa?

Escolher a verdade e divulgá-la? Tal coisa bastaria para preencher plenamente a vida de quem se decidiu por essa profissão.

Para que funcione de forma satisfatória, a democracia depende de cidadãos bem informados. De sua parte, o jornalismo depende da confiança pública. Antes de ser um negócio (já foi melhor negócio…), o jornalismo é serviço público.

Mais do que informações, o jornalismo deve transmitir entendimento. Porque é do entendimento que deriva o poder. E, em uma democracia, por mais imperfeita que seja, o poder é dos cidadãos.

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