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No tabuleiro de Lula, por enquanto, há peças demais e casas de menos

Bolsonaro não se conforma com isso

atualizado

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Ricardo Stuckert
Lula
1 de 1 Lula - Foto: Ricardo Stuckert

Na última terça-feira (29/11), em uma das salas do Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, sede da equipe de transição do governo Lula, estavam reunidos cerca de 20 integrantes do grupo responsável por propor uma nova política de segurança pública.

De repente, sem mais nem menos, um deles, o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, falou em voz alta, mas sem se dirigir a ninguém:

“Ministro, por favor…”

Pelo menos sete das 20 pessoas imediatamente olharam para ele, inclusive o senador Flávio Dino (PSB-MA), coordenador do grupo. Kakay não fará parte do governo, mas não deixará de influir na seleção de nomes para determinados cargos na área da justiça.

Em 2002, quando menos partidos apoiaram a eleição de Lula, Kakay, Lula, José Dirceu, presidente do PT, e o advogado Márcio Thomaz Bastos, que seria o ministro da Justiça, conversavam uma noite na antiga Academia de Tênis, às margens do Lago Paranoá.

Lá para as tantas, Dirceu perguntou a Kakay:

“E você? Qual cargo pode lhe interessar?”

Kakay respondeu na bucha:

“O de ex-ministro do Supremo Tribunal Federal”.  

Ninguém fez mais por merecer esse cargo do que o advogado Sigmaringa Seixas. De tão amigo de Lula, foi a pessoa escolhida por ele para acompanhá-lo no avião da Polícia Federal que o levaria preso para Curitiba no sábado 7 de abril de 2018.

Por duas vezes, Lula convidou Sigmaringa para ocupar uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal. Sigmaringa agradeceu e recusou. Não se julgava apto a ocupar o cargo, por mais que fosse. Morreu no Natal daquele ano, quando Lula ainda estava preso.

Apoiado, desta vez, por 13 partidos que o ajudaram a se eleger, em negociação com mais três ou quatro dispostos a governar com ele, o problema de Lula no momento é não dispor de um número suficiente de ministérios para abrigar tantos aspirantes a ministro.

Lula, nesta semana, confidenciou a amigos que Dino será ministro da Justiça; José Múcio Monteiro, da Defesa; Fernando Haddad (PT), da Fazenda; e Gleisi Hoffmann seguirá na presidência do PT até que seu mandato acabe, em 2024. E mais não disse.

Ele passará o fim de semana em São Paulo, e retornará a Brasília na próxima segunda ou terça-feira. É quando anunciará oficialmente a escolha de Monteiro Filho para a Defesa e os nomes dos futuros comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.

Simone Tebet (MDB) será ministra, Márcio França (PSB) também; Marina Silva (Rede), a maior autoridade na área ambiental, e… Os demais nomes que aparecem no noticiário como cotados para ministro poderão emplacar ou dar lugar a outros.

Quem dá como certo que será ministro já não atende a telefonemas de jornalistas e, quando o faz, nega. Quem não dá, mas quer ser, atende às ligações, mas desconversa. O dono do tabuleiro é Lula. Só ele sabe que peças moverá, quando, e em qual direção.

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