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Lira citou quatro vezes acionar o Conselho de Ética, mas nada ainda

Na Mesa Diretora da Câmara estão parados pelo menos 12 pedidos de ação; conselho, instalado há quase um mês, está inoperante

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Arthur Lira (pp-al)
1 de 1 Arthur Lira (pp-al) - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Desde sua posse, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), citou e ameaçou pelo menos quatro vezes acionar o Conselho de Ética para coibir excessos e abusos dos parlamentares no plenário e nas comissões.

O conselho só foi instalado em 19 de abril, há quase um mês, e, até agora, nenhuma acusação de quebra de decoro contra algum parlamentar tramita no órgão.

Na Mesa Diretora da Câmara, presidida por Lira, há 12 pedidos de abertura de processos no conselho. A maioria dos acusados são bolsonaristas.

A última vez que Lira tratou sobre o conselho foi há menos de duas semanas, quando o projeto de combate às fake news não foi votado por falta de segurança do governo em aprová-lo. Lira disse, da cadeira que preside a sessão: “Fui consultado por um deputado sobre as representações do Conselho de Ética. Serão todas enviadas, de uma vez só”.

Até agora, não foram enviadas.

Antes, em 19 de abril, Lira anunciou a instalação do conselho naquele dia e anunciou:

“Hoje foi instalado nosso Conselho de Ética e pedir a prudência sempre na atuação de cada parlamentar. Daqui para a frente, teremos o fórum adequado instalado para tratar dos pontos fora da curva desta Casa”.

Logo que tomou posse, em 1º de fevereiro, Lira disse, aos jornalistas, que o parlamentar que “exagerar na sua maneira de atuar e praticar atos que não sejam condizentes com o decoro parlamentar vai responder no Conselho de Ética, que é o caminho apropriado”.

Apesar de ter sido enfático, após a criação do conselho nenhum processo andou.

Uma quarta vez que Lira tocou o nome do Conselho de Ética foi em 13 de fevereiro, ao falar sobre troca de acusações em plenário entre bolsonaristas e petistas.

“A partir da eleição do próximo Conselho de Ética, independentemente de lado, sigla, ideologia, pensamento partidário, o deputado ou a deputada que se exceder no plenário desta Casa responderá perante o Conselho de Ética”.

Depois de todos esses discursos de Lira, muitos momentos de suposta quebra de decoro foram registradas. As mais recentes: Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente, partiu para cima do petista Marcon (RS) e disparou os mais cabeludos xingamentos; Carla Zambelli (PL-SP) também ofendeu com palavrão o colega Duarte Jr. (PSB-MA),

Anteontem, o deputado Luiz Lima (PL-RJ), em discurso no plenário, desferiu xingamentos para os parlamentares, para Alexandre de Moraes e também para Lira, chamado pelo bolsonarista de “boneco de posto, p***a”.

Ontem, o deputado Mario Frias (PL-SP) partiu para cima do jornalista Guga Noblat, numa da comissões da Câmara, o chamou de “anão” e arrancou seu celular. O episódio causou indignação e repercutiu mal para o parlamentar.

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