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Comandante do Exército põe fim ao sonho bolsonarista de golpe

Abatido, resta ao presidente derrotado ir lamber suas feridas ao lado de Donald Trump, que lambe as dele

atualizado

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Reprodução/ Comando do Nordeste
Novo comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, fala em evento militar cercado de outras autoridades da força. Ele fala em púlpito diante de microfone - Metrópoles
1 de 1 Novo comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, fala em evento militar cercado de outras autoridades da força. Ele fala em púlpito diante de microfone - Metrópoles - Foto: Reprodução/ Comando do Nordeste

Uma mulher, que diz chamar-se Érica Moraes, deu o tom que predominava nos mais de 2 mil comentários postados ao pé do vídeo no YouTube com a mensagem de Natal do general Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército:

“Me senti uma idiota com as palavras do general. Estou há 53 dias na porta do quartel e é isto que o senhor tem a dizer?”

Outra, de nome Sheyla Lira, que se diz “patriota, bolsonarista e evangélica”, distinguiu os militares do presidente da República:

“Eu entendi que estamos abandonados! Não pelo nosso presidente, mas pelas forças que um dia juraram proteger essa nação!”

Poucos mantiveram a fé no golpe que impeça a posse de Lula em 1º de janeiro. Um rapaz que se identifica como Léo Nunes escreveu:

“Muita gente criticando aqui e falando abobrinha. Vocês vão quebrar a cara, e vão se impressionar com as Forças Armadas.”

A mensagem de Natal do comandante do Exército deu motivo de sobra para que Bolsonaro abandone o cargo no próximo dia 28, como pretende fazer, e vá se refugiar por um ou dois meses no resort do ex-presidente Donald Trump, na Califórnia.

Serão dois ex-presidentes a lamberem suas feridas – Trump por ter tentado dar um golpe e estimulado uma multidão a invadir o prédio do Congresso americano; Bolsonaro, não reeleito, por ter sonhado com um golpe que se revelou impossível.

Freire Gomes pôs um ponto final no sonho de Bolsonaro sem precisar dizer que o fazia. Como de praxe, exaltou os feitos dos soldados em 2002, a “hierarquia, a disciplina e a coesão” da tropa e agradeceu por  “eles viverem para servir ao Exército e ao Brasil”.

Nem uma palavra sobre política capaz de manter aceso o assanhamento dos sublevados. Nem uma palavra que soasse como advertência ao futuro governo. Não faltaram os tradicionais votos de feliz Natal e de bom Ano Novo.

Não cabia ao general responder à pergunta que seu sucessor terá de responder mais dia ou menos dia: os golpistas seguirão acampados à porta de quartéis depois que Lula tomar posse? É um crime que cometem contra a democracia.

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