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A derrocada de Moro: de herói nacional a sem-teto eleitoral

Sem os superpoderes da toga, ele perdeu prestígio, sumiu da ribalta e foi esquecido por quem o bajulou

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Ex-juiz Sergio Moro chega no evento de lançamento da pré-candidatura à presidência da república do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar
1 de 1 Ex-juiz Sergio Moro chega no evento de lançamento da pré-candidatura à presidência da república do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Justiça Eleitoral impôs mais um revés a Sergio Moro. O ex-juiz vive no Paraná, mas queria ser candidato por São Paulo. Para comprovar a mudança de endereço, apresentou uma pilha de recibos de hotel.

Na terça-feira, o TRE paulista considerou que a manobra foi irregular. “Temos lei. Domicílio é o local da moradia”, sentenciou o desembargador Silmar Fernandes. “Se nós temos lei, para que precisamos divagar?”

Moro coleciona derrotas desde que abandonou a magistratura para se juntar ao governo de Jair Bolsonaro. Sua habilidade política se mostrou muito aquém da sua ambição pessoal.

À frente da Lava-Jato, ele havia saboreado o status de herói anticorrupção. Suas decisões mandaram políticos e empresários graúdos para a cadeia. O juiz ganhou tratamento de celebridade e passou a ser descrito como um salvador da pátria.

No início de 2016, já era possível notar seu deslumbramento com a fama. Na maior manifestação contra o PT, ambulantes vendiam bonecos do juiz vestido de super-herói. Em nota, ele elogiou o protesto e se disse tocado com a “bondade do povo brasileiro”.

Moro colaborou ativamente com o impeachment de Dilma Rousseff e a eleição de Jair Bolsonaro. No fim de 2018, rasgou a fantasia e se juntou ao governo recém-eleito. Foi a primeira de uma série de decisões desastradas.

O juiz de primeira instância assumiu o Ministério da Justiça com a promessa de que seria indicado ao Supremo. Em pouco mais de um ano, ficou sem o cargo no governo e sem a vaga na Corte. Mais tarde, seria declarado suspeito nas sentenças contra o ex-presidente Lula.

Depois de uma temporada nos EUA, Moro se filiou ao Podemos para concorrer ao Planalto. No último dia do prazo legal, migrou para o União Brasil em busca de mais dinheiro e tempo de TV. Rejeitado pelos novos colegas, acabou sem a candidatura presidencial.

Com a nova derrota, o ex-juiz também foi impedido de concorrer no estado mais rico do país. O ex-herói nacional foi reduzido à condição de sem-teto eleitoral. Se ainda quiser se aventurar nas urnas, terá que se conformar em fazer campanha no Paraná.

A trajetória de Moro mostra que a política não é para amadores. Sem os superpoderes da toga, ele perdeu prestígio, sumiu da ribalta e foi esquecido por quem o bajulou.

(Transcrito do Globo)

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