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Projeto Elas por Elas chega a dez escolas públicas do Distrito Federal

Desde maio, a equipe do Metrópoles participa de conversas com estudantes para apresentar campanha do portal que combate violência de gênero

atualizado

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Brasília, 18/06/2019. Elas por elas na Escola CED 02 do Riacho Fundo 1.
1 de 1 Brasília, 18/06/2019. Elas por elas na Escola CED 02 do Riacho Fundo 1. - Foto: null

A parceria entre o Metrópoles e a Secretaria de Educação do Distrito Federal para debater assuntos relativos à violência doméstica com estudantes da rede pública de ensino alcançou a 10ª escola pública na última semana. O projeto, iniciado ainda em maio dentro da Semana Educação Para a Vida da SEDF, foi ampliado e, durante o primeiro semestre deste ano, a previsão é que chegue a 14 escolas.

Nos encontros, a equipe do portal e outros convidados da SEDF – em especial, profissionais da área de segurança pública -, conversam com estudantes do ensino médio ou dos últimos anos do ensino fundamental sobre o que é violência doméstica, como preveni-la e qual a rede existente de apoio às vítimas.  Já foram visitadas escolas em dez regiões administrativas: Plano Piloto, São Sebastião, Brazlândia, Riacho Fundo, Samambaia, Itapoã, Taguatinga, Gama, Santa Maria e Ceilândia.

Além de explicar o projeto editorial Elas por Elas, que divulga conteúdo relativo a violência de gênero e registra todas as histórias das vítimas de feminicídio do DF neste 2019, o Metrópoles também presenteia as escolas visitadas com grafites feitos por mulheres. As intervenções artísticas geralmente trazem figuras femininas fortes lembrando o poder da sororidade, da auto-estima e das alianças realizadas entre elas.

A décima escola em que a equipe esteve foi o Centro Educacional nº 2, do Riacho Fundo, onde uma parede interna ganhou um mural da grafiteira Raíssa Miah. A artista de rua optou por incentivar a auto-confiança das adolescentes, com frases alusivas ao amor próprio. “Acredito que uma das chaves para evitar relacionamentos abusivos é justamente apostar no amor próprio e no auto-conhecimento”, defendeu. Raíssa, que está amamentando, trabalhou acompanhada do filho Dan, de 2 meses, e da amiga Luana Amâncio, que emprestou o colo para a criança.

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A escola do Riacho Fundo também recebeu a delegada da Polícia Civil do DF Grace Justa que, com palavras simples, explicou conteúdos como machismo e patriarcado para as turmas de 8º e 9º ano presentes. “É importante que vocês tenham em mente que o amor não faz mal à saúde e não traz prejuízos à integridade”, afirmou a delegada.

Os estudantes do Riacho Fundo ouviram ainda o relato de Nathália Iorana, uma jovem de 20 anos que foi vítima de uma tentativa de feminicídio. “Vocês olham para mim e não imaginam o que eu passei. Digo a vocês que qualquer mulher pode passar por isso e que, nem sempre, é possível identificar que estamos entrando em um relacionamento abusivo“, contou Nathália.

Em 10/06/2019, a escola visitada pelo projeto foi o CEM 01 de Brazlândia. A coordenadora do projeto Elas por Elas, Olívia Meireles, mostrou como os adolescentes podem identificar comportamentos machistas no dia a dia e, desta forma, estarem prontos para quebrar o ciclo da violência.

A gerente de educação e diretos humanos e diversidade da Secretaria de Educação, Aldenora Macedo, e a agente policial Berenice Mohammed explicaram aos estudantes de Brazlândia como é possível prevenir a violência contra a mulher. Por fim, a grafiteira Ayô fez uma oficina com os estudantes e pintou um painel na caixa d´água da escola.

No CED São Francisco, o Chicão, em São Sebastião, a visita foi realizada em 07/06/2019.  O juiz Tarcísio de Moraes Souza, do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de São Sebastião, falou com os adolescentes sobre a Lei Maria da Penha, explicando que ela não é feita contra os homens e sim para defender as mulheres. Juliana Contaifer, repórter do Metrópoles, falou sobre o projeto Elas por Elas e lembrou sobre o ciclo da violência. “O feminicídio é o fim de uma espiral de comportamentos que começa bem simples, com ciúmes excessivos, e acaba em uma tragédia”, detalhou.

No pátio do CED São Francisco, a grafiteira Fulô produziu um painel fazendo referência a uma fotografia famosa que mostra duas mulheres de mãos dadas, carregando facões para se defender. A ideia é fortalecer o matriarcado.

Em 06/06/2019, a equipe esteve na Escola do Parque da Cidade. A editora do Elas por Elas, Érica Montenegro, conversou com os alunos sobre a importância da comunicação para a mudança de comportamentos. “Ao nos debruçarmos sobre a história das vítimas, humanizamos estas tragédias e buscamos despertar a empatia dos leitores para que eles reconheçam o quão injustificados são os comportamentos violentos”, afirmou.

No encontro na Escola do Parque da Cidade também estiveram presentes, a agente policial Berenice Mohammed, o mestre de cerimônias Cacá Silva e a rapper Débora Glamourosa, que são apoiadores do projeto. O painel foi realizado pela grafiteira Fê8. “A arte de rua é uma maneira impactante de interferimos no cotidiano da escola e de provocarmos a reflexão”, afirmou.

Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.

Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.

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