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Homem é preso em Águas Claras após esfaquear companheira no pescoço

Outras duas mulheres foram esfaqueadas no fim de semana. Uma delas morreu em Planaltina

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 delegacia - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu um homem de 36 após ele tentar matar a companheira, de 29 anos, com uma facada no pescoço. O crime ocorreu durante uma festa na casa da irmã da vítima, na madrugada deste domingo (23/06/2019), no Setor Habitacional Arniqueiras, em Águas Claras.

Policiais plantonistas da 21ª Delegacia de Polícia foram acionados e, ao chegarem ao local, encontraram as testemunhas – irmãos da vítimas –, que informaram todos os detalhes do crime e a possível localização do agressor.

Quando a polícia chegou, a vítima já havia sido socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT). A equipe da delegacia entrou em contato com a chefia do plantão do HRT e recebeu a informação que a mulher apresentava quadro de saúde estável.

O irmão da vítima acompanhou os policiais para ajudá-los a encontrar o autor. Ele estava no conjunto 16 da Área de Desenvolvimento Econômico (ADE) quando foi identificado e abordado. Apresentando sinais de embriaguez e dizendo coisas desconexas, o agressor afirmou que esfaqueou a companheira porque ela havia “estourado a cabeça dele”. Segundo a família, o homem sentia bastante ciúme da mulher.

Não foi o único caso de tentativa de feminicídio ocorrido no fim de semana. Outra mulher está internada em estado grave após ter sido esfaqueada pelo marido — o caseiro Manoel Martirio, 45. A polícia constatou que o corpo da vítima tem, ao menos, 16 perfurações — a informação inicial apontava sete facadas. O homem se enforcou após atacar a companheira.

O caso ocorreu na tarde desse sábado (22/06/2019) no Incra 6. A filha do casal presenciou o crime e prestou depoimento na 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia). De acordo com a Polícia Civil, os agentes foram até a casa da família e viram a vítima — a diarista Ivanilde Ferreira, 40 — sendo socorrida pelos bombeiros. A mulher foi levada para o Hospital Regional de Brazlândia em estado grave. Ao entrarem no local onde ocorreu o crime, os investigadores encontraram vestígios de sangue.

A filha do casal contou aos policiais que o pai, após dar várias facadas na mãe, desceu em direção a uma mina de água, que fica nos fundos da chácara, e tirou a própria vida. Durante as buscas, os investigadores localizaram o homem enforcado com uma corda amarrada em uma árvore.

Ainda de acordo com a filha, o pai teria ingerido veneno um dia antes, na tentativa de se matar. A substância foi apreendida pelos policiais. Segundo o proprietário do lote onde a família residia, o homem estava transtornado por causa de um suposto envolvimento da companheira com outra pessoa.

Ele dizia que a mulher havia lhe mostrado as conversas que mantinha com o suposto amante, ainda de acordo com a testemunha. O celular da esposa e a faca usada no crime não foram encontrados pela polícia.

Em Planaltina, uma mulher de 30 anos foi morta com uma facada no pescoço por um homem que, segundo a Polícia Militar, era conhecido dela. O crime ocorreu no Bar e Mercearia do Gil, no Jardim Roriz, em Planaltina, na noite deste domingo (23/06/2019).

A vítima, identificada como Ana Paula Andrade Silva, não resistiu aos ferimentos e morreu no local, antes de receber atendimento. O assassino fugiu e ainda não foi identificado.

Em 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.

Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.

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