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Turismo seguro: Itália reabre para visitantes e flexibiliza restrições

Um dos países mais afetados pela pandemia, Itália voltou a receber turistas este mês na esperança de reaquecer pilar importante da economia

atualizado

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rua em frente ao coliseu
1 de 1 rua em frente ao coliseu - Foto: Getty Images

Enquanto o verão europeu começa a mostrar sua face subindo as temperaturas, gôndolas voltaram a circular nos canais de Veneza, as praias de Positano ganharam novamente o colorido dos guarda-sóis e os casais de enamorados podem, mais uma vez, sentir-se como Romeu e Julieta nas varandas de Verona.

Desde 3 de junho, a Itália está de portas abertas para receber turistas. Cerca de duas semanas depois, o governo autorizou oficialmente a entrada de viajantes de países da União Europeia, Estados Unidos, Canadá e Japão, que podem pegar um avião e descer direto para tomar um Aperol Spritz em alguma piazza.

Os aeroportos de Roma, Milão e Nápoles voltaram a receber voos internacionais. Com a medida, o governo espera salvar a indústria do turismo, pilar vital da economia que foi severamente afetado pelo novo coronavírus. A entrada de brasileiros, no entanto, segue restrita.

A partir da próxima segunda-feira (28/6), a nação concretiza mais uma etapa de flexibilização das medidas contra a Covid-19. Quem transita no território poderá se libertar do uso obrigatório de máscara ao ar livre. Para quem já está sofrendo os efeitos do calor intenso, poder circular sem o instrumento de proteção em segurança é um alívio.

Desde abril, a Itália vem flexibilizando as restrições de combate à Covid-19, com a reabertura gradual de atividades de lazer e turismo, como restaurantes, bares, cinemas e discotecas. O uso de máscaras era uma das últimas regras em vigor.

O país também está entre as sedes da Eurocopa em 2021 e o estádio olímpico de Roma é uma das arenas que mais receberá jogos do campeonato de futebol. Em alguns pontos da capital, europeus na cidade se reúnem para assistir às partidas.

Zona branca

Ao pisar em boa parte das principais cidades italianas, o cenário visível é um retorno gradual à normalidade. Muitas praias do litoral estão relativamente cheias, o Coliseu foi reaberto e as filas dos museus do Vaticano, que antes da pandemia davam voltas na Praça de São Pedro, voltaram a se formar, timidamente.

Em 21 de junho, outras sete regiões, incluindo a Toscana e a Sicília, foram removidas da categoria amarela, juntando-se ao resto do país na zona branca. Com a mudança, a região do Vale de Aosta, ao norte, é o único lugar que se mantém na classificação amarela, a segunda menos restritiva.

A diferença entre elas é que na branca não há toque de recolher entre meia-noite e 5h, nem controle de pessoas em áreas externas de bares e restaurantes. De acordo com o Comitê Técnico-Científico da Itália (CTS), responsável por assessorar o governo no combate à pandemia do novo coronavírus, espera-se que na próxima segunda-feira (28/6) todo o país esteja na zona branca.

Em entrevista ao Metrópoles, a brasileira Anna Fernandes, de 22 anos, conta que as pessoas já voltaram a ocupar ruas, calçadas e bares de Roma, cidade onde mora desde 2016. “Está muito quente aqui, e por isso, as praias estão bem cheias. As pessoas já voltaram a sair, principalmente à noite e nos fins de semana”.

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Impacto da pandemia

O fluxo turístico, porém, permanece tímido. As previsões para o número de reservas de aviões para a Itália sugerem quedas de 95,2% em junho, 82,4% em julho e 76,4 % em agosto, em comparação com os mesmos períodos do ano passado, de acordo com a agência nacional de turismo da Itália (ENIT), em relatório divulgado pelo New York Times.

Cerca de 3,5 milhões de pessoas na Itália dependem do turismo para sua subsistência, incluindo motoristas de táxi, donos de restaurantes e garçons, hoteleiros e organizadores turísticos do país.

A expectativa é que, com a preocupação em viajar para outros países, boa parte dos italianos também permaneça no território, contribuindo para impulsionar a economia fragilizada.

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