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Quer morar na Europa? Invista em imóveis e consiga visto para Portugal

Quem sonha em morar na Europa, mas não tem ancestrais imigrantes, pode optar por um visto “Gold”. É só investir mais de € 500 mil em imóveis

atualizado

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Famous arch at the Praca do Comercio, Lisbon
1 de 1 Famous arch at the Praca do Comercio, Lisbon - Foto: IStock

Portugal está na moda. Longe de conflitos, com inverno ameno e 300 dias de sol por ano, os lusitanos ficam perto da praia e cercados pelo charme europeu. Após anos de crise, os patrícios se recuperaram e, hoje, todos querem morar lá. Vide Madonna e o estilista Christian Louboutin, que escolheram a capital Lisboa.

Com a tempestade política e econômica presente no Brasil, muita gente está pensando em mudar para a terrinha. Segundo a Embaixada de Portugal, até julho de 2017, foram emitidos 30% mais vistos do que o mesmo período de 2016 — algo em torno de 3.900 documentos, e a maioria requisitada por estudantes e aposentados. Até o fim do ano, esse número deve ser pelo menos 50% maior do que os 5.800 no ano passado.

E o mais interessante? O governo português tem facilitado a imigração de brasileiros. As universidades de lá, por exemplo, passaram a reconhecer o Enem como ferramenta de acesso à educação.

Zona livre do português
Em entrevista ao jornal O Globo, o chanceler de Portugal, Santos Silva, afirmou que um grande acordo entre os países lusófonos está em fase de discussão. O bloco deve funcionar como a União Europeia, onde os cidadãos têm liberdade para ir e vir, além de poder escolher onde viver, sem vistos.

“Propusemos, no âmbito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a criação de um regime de mobilidade interna. Parece-nos que esta seria a melhor maneira de fortalecer o bloco: livre autorização de residência, portabilidade dos direitos sociais e reconhecimento recíproco das habilitações acadêmicas e qualificações profissionais”, explicou.

Ainda segundo o chanceler, 80 mil brasileiros vivem em Portugal e o país vê com bons olhos os imigrantes. “São bons para a sociedade e para economia”, diz. A embaixada afirma não ter o número exato de brasileiros com cidadania, mas que nos últimos seis anos, 9 mil cidadãos conseguiram a nacionalidade.

O “Visto Gold”
Quem quer viver no país europeu, mas não tem ancestrais no local encontra uma opção: investir, no mínimo, € 500 mil — quase R$ 2 milhões. Ao final de cinco anos, o proprietário do chamado “Visto Gold” ou “Golden Visa” ganha a nacionalidade europeia. Uma das opções mais procuradas é a compra de casas e apartamentos.

Dados da Athena Advisers, consultora imobiliária especializada em propriedades premium na Europa, revelam aumento de 222% nos pedidos brasileiros para o “Golden Visa” entre março de 2016 e outubro deste ano. “Outros países que oferecem essa opção pedem um investimento muito maior. Em Portugal, além do valor mais baixo, a burocracia é mais simples e não há a barreira da língua”, explica Alice Autran Garcia, diretora de comunicação da Athena Advisers no Brasil.

Segundo a especialista, o mercado imobiliário esteve em crise por alguns anos, mas está se recuperando. Os prédios mais antigos também estão sendo reparados. “Em geral, a qualidade de vida é muito boa por um custo de vida baixo, quando comparado ao restante da Europa”, afirma.

Além do investimento, o comprador precisa passar pelo menos sete dias por ano em Portugal. O visto é válido para o comprador e sua família imediata (desde que sejam dependentes). O benefício vale para quem adquirir imóveis comerciais ou residenciais.

Só de taxas, o requerente pode esperar pagar quase € 6 mil (R$ 23 mil) e mais cerca de € 5 mil (R$ 20 mil) para cada membro da família. A cada dois anos, é preciso renovar a autorização e desembolsar mais € 3 mil (R$ 11 mil) euros, por pessoa. Para o apartamento, também há custos extras e um imóvel de € 500 mil pode sair por cerca de € 540 mil, no fim das contas.

No quinto ano de visto, é possível dar entrada ao processo para conseguir o passaporte e, no ano seguinte, tentar a cidadania. Neste ponto, deve-se fazer uma prova de português nível A2 (iniciante), não ter antecedentes criminais, pagar as taxas e mostrar conexão com a vida no país.

Veja fotos de alguns empreendimentos à venda em Lisboa e que estão dentro do investimento necessário para obter o visto:

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Novidade
A forma mais nova de conseguir o visto é levando uma startup para o país. Válido a partir de 2018, a ideia do “Startup Visa” se resume em o candidato se inscrever na plataforma do programa e provar as intenções da nova empresa, que gerarão emprego e pretendem atingir, depois de três anos, um volume de negócios superior a € 500 mil por ano. A avaliação será feita levando em consideração a inovação do projeto e o potencial de mercado.

Cícero Lopes/Metrópoles

 

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