metropoles.com

Procedimento que matou bancária no Rio não é indicado para estética

Adotada pelo “Dr. Bumbum”, a substância PMMA não deve ser usada em grandes quantidades por risco de necrose e lesão de vasos

atualizado

Compartilhar notícia

iStock
injeção médico agulha
1 de 1 injeção médico agulha - Foto: iStock

Após a morte da bancária Lilian Calixto, que foi atendida pelo médico Denis Cesar Barros Furtado, o “Dr. Bumbum”, para um implante nas nádegas, o procedimento chamado de bioplastia voltou a ser notícia. Conhecido por ter causado também a infecção sofrida pela modelo Andressa Urach, o polimetilmetacrilato (PMMA) não é indicado para procedimentos estéticos em grandes áreas.

Segundo uma pesquisa de 2016 feita pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional São Paulo (SBPC-SP), o PMMA provocou deformidades e complicações em cerca de 17 mil pacientes no Brasil.

O Conselho Federal de Medicina preconiza que o uso deve ser feito com cautela, em pequenas quantidades, em áreas do rosto e em casos específicos, como pacientes HIV positivo necessitando de preenchimento facial.

O PMMA é um bioplástico feito de microesferas que se espalham pelo tecido quando entram na pele, e não é absorvido pelo organismo. Quando aplicado, o produto endurece como uma espécie de cimento. Há outros procedimentos mais seguros, como o ácido hialurônico.

“O uso do PMMA em grandes quantidades pode trazer danos como necrose e lesão de vasos. A substância só pode ser aplicada em pequenos volumes, tanto que as ampolas do produto vêm com capacidade de apenas 3ml”, alerta o cirurgião plástico Giancarlo Dall’Olio.

O produto pode também entupir artérias e chegar até o coração, pulmão e cérebro. De acordo com o médico, o fato de as pessoas continuarem procurando o procedimento, apesar do perigo, não é por falta de informação. “É uma ansiedade por solução rápida e milagrosa tão grande que o paciente acaba passando por cima de várias etapas”, completa.

Sobre o PMMA e substâncias semelhantes, o Parecer nº 5/13 do Conselho Federal de Medicina afirma:

“O uso dessas substâncias pode causar edemas locais, processos inflamatórios, telangiectasias, cicatrizes hipertróficas, reações alérgicas e formação de granuloma. Estas reações podem ser imediatas ou tardias.

Foi autorizada a utilização em tratamento reparador da lipodistrofia para pacientes portadores de HIV/Aids e para usuários de antirretrovirais, segundo orientações da Anvisa e Ministério da Saúde.

Na cirurgia plástica, especificamente, é utilizada como preenchimento em diversas áreas do corpo e é conhecida como bioplastia, sendo seu uso extremamente limitado e, quando em grandes quantidades, não seguro e de resultados imprevisíveis a longo prazo. Apesar de ser considerado um material não absorvível, estudo com retirada de tecidos submetidos previamente à injeção de PMMA constatou absorção pelo organismo e migração, o que o assemelha à injeção de silicone líquido.

Tanto a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica quanto a Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CFM recomendam que a substância seja utilizada apenas por médicos, em pequenas doses e com restrições, pois em grandes volumes seu uso é inseguro e imprevisível, podendo causar reações incuráveis e definitivas”.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?